24 de dez. de 2009

Natal?


Feliz Natal!
Feliz Navidad!

Seja em que língua for, qual o sentido do Natal para você?
Boas Festas!


Márcia Alcântara

Verão de 2009


9 de nov. de 2009

Não sei!

É, não sei!
Não sei se pela magia,
Ou se pelas fazes da lua
Ou se ainda pela filosofia,
Estou sem chão.
Pendurada pelo que chamam de limites mundanos.
Ou quem sabe ainda se
O chão está alto de mais e
meu mundo sem limite algum!
Eu realmente não sei!
Não encontro respostas para minhas preocupações.
Não encontro nada, nada que me acalme.
Ou quem sabe ainda
Encontro resposta para coisas que não estou preocupada
E talvez nem nervosa eu esteja.
Ah! Sei lá!
To farta de tanto tentar imaginar o por que não sei!
E eu não sei o por que me questiono tanto.
Sou uma interrogação viva.
Andando e perambulando
Buscando e perdendo
Encontrando e se desfazendo!
To enjoada.
Vivo angustiada e nada,
Nada me consola mais.
As cores são fortes de mais
E o desbotado sem graça!
Ah, não sei!

Márcia Alcântara
Primavera de 2009

4 de nov. de 2009

Questionamentos? Não estou só!

Hoje acordei pela manhã com vontade de ouvir música. Já fazia muito calor e eu precisava de algo para fazer de mim um pouco mais mais aluada, affs, o Sol estava demais e eu estava em mim demais, precisava sair de mim... O dia não estava me permitindo o ser o que gosto, não-eu.

Encontrei então, um cd, pirata, do Raul. Era esse mesmo e quando tocou uma música especifica, me senti tão leve e tão fresca, rs, que nem mesmo o sol me aquecia mais.

Felizmente não estou só em minhas perguntas:

Por que que o sol nasceu de novo e não amanheceu?
Por que que tanta honestidade no espaço se perdeu?
Por que que o Cristo não desceu lá do céu e o veneno só tem gosto de mel?
Por que que a água não matou a sede de quem bebeu?
Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que que eu tenho a caneta e não consigo escrever? (Escrever)
Por que que existem as canções que ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer também já tem sempre ao teu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre sempre a perguntar? (A perguntar)

Raul Seixas

Pois é, agora e neste momento estou feliz, fora de mim!

Márcia Alcântara
Primavera de tempo indeciso de 2009

25 de out. de 2009

SELO CARTÃO VERMELHO


Recebi este selo do Prof. Francisco, autor do Blog Filosofia e Vida, Blog que aliás, diz tudo, tanto no nome, quanto em conteúdo. Não deixem de conferir.

O nome do selo é “Cartão Vermelho”: “Cada um deve fazer uma listinha com 10 escolhidos para dar o cartão vermelho. Pode ser uma pessoa, uma atitude, enfim, tudo aquilo que, de alguma forma, nos incomoda - se quiser e precisar, dê uma justificativa breve. Após fazer isso, passe a bola para mais cinco blogueiros e vamos ver no que dá…”

Eu confesso que demorei a postar no blog este selo, inclusive imagino que o Prof. Francisco pense que não gostei do selo, mas não foi bem isso. Por um motivo básico e único, não fiz o poste antes: eu não conseguia encontrar as dez “coisas”para as quais daria cartão vermelho. Não sei se não conseguia encontrar por serem muitas, ou por nada serem...engraçado não?!

Bem ou mau, depois de muito pensar, e nada concluir, resolvi sortear, rs. As dez “coisas” Ganhadoras do “Cartão Vermelho” foram:

1 - A falta de iniciativa.
2 - A falta de vontade que muitas vezes temos de pensar (em tudo e com relação a tudo), e sabemos lá no fundo que essa “falta de vontade” existe.
3 – A falta de comunicação “inteligente, compreensiva e filosófica”.
4 - A cegueira com relação á existência do outro.
5 - A falta de sentimento.
6 – O desprezo pelas idéias e ideais alheios.
7 – A FALSA construção “virgem” das “coisas”. É necessário ver e discutir também as desconstruções. Muitas “coisas” que existe por ai são na verdade desconstrução de outra.
8 - Para as “autoridades”,que fazem de seus discursos algo que consideram perfeito.
8.1 – Para nós mesmos, que muitas vezes, ainda cegos, aplaudimos.
9 - Para tudo aquilo que chamam de “Moda” e seus “Modismos”.
10 - Para a Vida em pleno Sossego, viver é ser Desassossegado.

Presenteio agora, esses blogs com cartão vermelho, acredito que eles deverão acrescentar muito á nossa percepção:

Blog do Prof.Daniel – Filosofia Cotidiana
Blog do Pedro – Freqüência Perdida
Blog da Lívia – Socier’s
Blog da Kelly – o caderno de escrita
Blog do Tadeu - Varandeando

Paz, luz e harmonia a todos!
não muito de cada de hein! usem apenas a dose correta.

19 de out. de 2009

As Palavras enganam!

Fazendo meu papel de leitor, descobri nas entrelinhas que o que escrevo não é ditado por mim. Talvez confuso de compreender tais palavras. Mas descobri, no tempo de agora, que escrevo para quem lê e não para mim.

Até um tempo, considerado passado, eu escrevia para fugir dos sentimentos reais, considerados por mim, delicados, difíceis. Disse eu alguns textos atrás, que na tentativa de escapar do mundo real, eu encontrava nas palavras um modo de me esconder.

Fui iludida. Compreendi, depois de fazer o papel de leitor de um texto, que as palavras é que se escondiam em mim e não eu nelas. Descobri que na verdade elas me usavam para sair do mundo em que estavam. Ah! Palavras! Se aproveitaram, me usaram para escapar do anonimato!

Valeram-se da minha fraqueza, usaram meus sentires, meu dedos nervosos a digitar e digitar. E digitar o que vocês achavam conveniente a vocês! Não pensaram em mim. Enquanto eu me dedicava por completo a vocês! Descobri o porquê faço textos que considero ruins, a culpa é completamente vossa! E quem leva a fama? Eu!

Enfiaram uma faca em meu peito! Mas eu ainda estou aqui. Respiro! E agora cabe á mim esconder o que vocês querem contar aos outros. Agora Chega!

Morte a vocês, falsas palavras, que me enganaram por tanto tempo! Adeus!

Luna Alcântara
Manhã de primavera de 2009

18 de out. de 2009

Delírio!


Hoje, mais que ontem, porém talvez não mais que amanhã, me sinto em dúvida. Não sei qual delírio quero ter. Quem sabe se eu me purificar através do vinho eu possa conversar com os Deuses e confessar a eles meu pecados mais pecaminosos. Quem sabe se talvez através da poesia eu não possa declamar meus anseios, meus desejos, quem sabe não esta ai, em meio ao verbo e a rima a minha saída, ou minha entrada pelos arcos da porta do submundo.Quem sabe ainda se através da profecia dos oráculos eu não possa descobrir o que me aguarda amanhã e se será que é necessária tais confissões.

Ah! Qual delírio!

Me fascina o delírio da paixão! Este talvez seja minha saída. A entrega total de mim á mim mesmo! Ah! Sim! Este me encanta! Me deixa em delírio completo. Farei da poesia minha entrega total, me purificarei no amargo doce da uva fermentada! Ah! Sim uma união dos Deuses, contando aos meus ouvidos, o futuro de outrem!

Ah! É então na Lua Cheia!

É tão Claro e nítido! Me purificarei através do amor e da paixão...ficarei fora de mim, ficarei sim Louco, alienado...estarei purificado, afortunado!

Estarei com minha personalidade explicita em mim, fora de mim! Assim serei o louco, o carro, desconsertado, desgovernado, e estarei por fim purificado. Uma vaga lembrança, dispara meu ser. Afastarei-me da dúvida, da beira do precipício. Estarei pronto para atravessar os arcos ocultos que somente os iniciados podem passar.

Luna Alcântara
Noite primaveril de 2009

12 de out. de 2009

Eu Pensava...

Pensava que sabia quem era que comigo estava.
Pensava que sabia no íntimo quem eu era.
Pensava que conhecia os motivos pelos quais
A Lua vinha e Sol se ia...
O porquê chovia!

Ah! Eu pensava!

Pensava que sabia os motivos pelos
Quais o cão era amigo do homem.
Pensava que sabia o porquê o gato
Era traiçoeiro ou por que o preto era azarento!
O porquê o soldado, um dia, virava sargento!

Ah! Eu pensava que sabia tanto!

Hoje e somente hoje eu descobri
Que de nada, nada e nada sabia.
Eu na verdade me desconhecia!
E na medida que pensava saber
Quem eras tu, apenas não sabia!

Ah! Maldito pensar que me enganava!

Era enganada por meus pensamentos
Por durante todo o dia!
Não culpo você por não ser o que eu espera.
Culpo a mim e meus pensamentos infantis
Por acreditar que um dia me amavas!

Ah! Eu pensava...

Que eras Zeus, mas vi que nada és!
Prefiro agora não dizer o que penso!
Prefiro não pensar nada!
Prefiro deixar os dias seguir como um rio,
Sempre o mesmo, sempre outro!

Marcia Maria
Primavera Chuvosa de 2009

6 de out. de 2009

Tempestade nos meus pensamentos!

Não deu tempo de falar!
Me veio na cabeça
Antes de ao ar o verbo soltar.

Nem sei, me veio na cabeça
E em letras aqui no papel
Veio parar.

Sem razão alguma
Quis escrever, escrever,
Dedos e caneta a trabalhar!

E então no meio parei.
Quis pensar.
Pensei, analisei...

E quando no ar o verbo soltei
Simplesmente eu não sabia
Mais o que “letrar”!

Luna Alcântara
Lua cheia de primavera 2009

28 de set. de 2009

Mais um nada

Aqui, neste mundo, eu faço filosofia.
No outro, eu não sei o que fazia, ou se fazia.
Ou quem sabe ainda se ele existia.

Se aqui faço filosofia, sou Filósofo.
Afinal, quem aqui faz psicologia é Psicólogo.
Ou quem sabe ainda, já enlouqueceu.

Agora descobri, tudo o que sou.
Louco e incompleto, nada e tudo.
Sou e não sou. Isso é o ideal.

Escrevo insanidades. E nada me completa.
Penso que aqui é parte que devo rir,
Rir do nada!

Angústia, medo, paixão.
Emoção, contemplação, admiração.
O escuro me espanta,
O obscuro, ainda mais.
Oh! Estou agora espantado.

É por isso que escrevo.
Para sair do espanto.
Despencando assim em uma
Iluminada escuridão!

Luna Alcântara
Primavera de 2009

24 de set. de 2009

Eu, Erro, Eros...

Ah! Sim. Eu erro.
Nem sempre acerto.
Não que eu queira
Simplesmente errar.
Estava tentando acertar.

Fui acertada.
Cometeram um erro!
Quero me encontrar
Cara a cara com Eros.
Nem sei o que á ele irei dizer.

Talvez, assim como eu
Ele também errou
Tentando acertar.
E assim, a mim
Simplesmente desconcertou!

Ah! Eros!
Que raios pensa ser tu?
Que raios pensa ser eu!?

O fato é que fui acertada,
Simplesmente fiquei
Desconcertada!

Luna Alcântara
Primavera 2009

20 de set. de 2009

Procuro (não) Encontrar

Sempre gostei de procurar. Em meio as letras, nas cores das figuras, no cheiro do ar, nas gotas da chuva, no azul do céu, no brilho da Lua, nas noites sem luar... no mato em meio aos troncos das árvores, no calor do sol, no arrepio da sombra. Procuro na alma alheia, no corpo do outro, na mente do próximo. Procuro nos animais, nas joaninhas, nas borboletas... Procuro na luz, procuro na escuridão.

Na minha maluca procura tenho um único medo: Encontrar. Eu procuro sempre tudo, desde Eu e minha essência, até o outro e sua essência. Será que são todas iguais? Será que somos todos iguais? Ah! Queria tanto saber. Mas e quando descobrir? O que vou procurar? Continuar...?

Em meio as letras, nas cores das figuras, no cheiro do ar e da chuva, no azul do céu, no brilho da Lua, nas noites sem luar... no mato em meio aos troncos das árvores, no calor do sol, no arrepio da sombra. Procuro na alma alheia, no corpo do outro, na mente do próximo. Procuro nos animais, nas joaninhas, nas borboletas...Procuro na luz, procuro na escuridão.

De fato o encontro pode se tornar extinção. Não terei mais o que fazer. Não terei objetivos a encontrar. Continuarei a viver sem ter a náusea da procura e a angústia por nada achar. Estes sentimentos, medo, náusea, angústia, são meus combustíveis... sem eles nada sou, nada procuro... a graça é não me encontrar, nada achar. Continuar sempre escondida na escuridão das noites sem Luar. Escondida como o sal do mar. Escondida, escondida... sem ninguém me achar.

Escondo-me feito animal em fuga. Continuo a procurar como animal faminto. Tenho medo de encontrar... medo de encontrar o caçador, medo de encontrar-me com a caça...tenho medo de um dia me encontrar...tenho medo de um dia encontrar-me contigo.

Luna Alcântara
Noite sem Luar, inverno de 2009
Com medo de encontrar

15 de set. de 2009

Uns

Uma vida. Um desejo. Uma magia. Uma luz. Um doce. Um azedo. Um pedido. Uma realização. Um prazer. Uma vontade. Uma realidade. Uma Lua. Um Sol. Uma estrela. Um copo de água. Uma jarra de suco. Um vestido. Uma sapatilha. Uma xícara de café. Uma barra de chocolate meio amargo.

Um dia. Uma lição. Uma aura. Um espírito. Um corpo. Um caderno. Um lápis. Um perfume. Uma fruta, morango. Uma revista. Um livro. Uma vontade. Uma (não) repetição.

Um céu. Um escuro. Uma iluminação. Um número. Um carro. Uma cor. Um sabor. Um retrato. Uma figura. Uma angústia. Uma amargura. Uma música. Uma recordação. Uma paixão. Uma (não) realização.

Uma procura. Um (não) encontro. Uma tortura. Uma montanha. Um penhasco. Uma subida. Uma descida. Uma fogueira. Um rio. Um banho. Uma toalha. Uma camisola.

Uma cama. Um travesseiro. Um lençol, branco. Uma floresta. Uma clareira. Um cansaço. Uma fome. Um chá de ervas. Uma flor. Uma filosofia, a minha!

Luna Alcântara
Antes da primavera 2009

10 de set. de 2009

Desconfigurado

Hoje acordei bem cedo. O sol lá fora não era. O tempo era acinzentado, afinal estamos no inverno.

Me sentia com a cabeça pesada. Acho que ela doía mesmo. Um peso se abatia pelas minhas costas. Mas o dia de ontem não existia mais. Foi eliminado. Porém, o hoje ainda existe, talvez não exista o hoje, mas sim o agora. E é exatamente agora que estou me sentindo desconfigurado.
Parece que existe alguma peça que não esta funcionando nos conformes do mundo. Estou tonto, bobo, preocupado. Não sei por onde começo meu (des) concerto.

Tudo o que vejo parece real, mas percebi que não é assim. Toda comoção ao sentir e ouvir é pura manifestação de algo não-meu. Fui configurado de modo errado.

Fui lançado aqui, e só agora depois de décadas passadas, percebi que meu sistema é muito particular para os outros existentes. Meu sistema não é padrão. Meu sistema é por todos utilizados e aflora agora um sistema muito meu. Porém isto não é bem visto pelos sistemas padrões e centrais. Percebo que as redes agora querem me eliminar. Não participo mais da convenção. Estou só.

Preciso usar todo o meu (não) conhecimento para realizar meu (des) concerto. Usarei as formas padrão do agora para me encontrar no (não) mundo.

Vou me desligar e raciocinar um modo de realizar minhas vontades. Fui maquina, e agora que sou não-máquina, não me querem mais. Fui descartado como um lixo velho só por que descobriram eu sou diferente, não padrão. Ou melhor, talvez eu que pense isso ao descobrir que estou fora dos padrões. Estou em pleno desconcerto, desconfigurado. Vou me desligar e quando retornar espero tudo isso que (não) existe tenha se esvaído, passado...

Luna Alcântara
Inverno de 2009

8 de set. de 2009

Externo interno de mim...

A Chuva simplesmente cai lá fora. Hoje me angustio ao esperar pelo calor do Sol. Ontem me angustiava devido ao calor. Escutava o som do Mar, as ondas cochichando com a areia. Escutava apenas seus ruídos, mas não conseguia entender o assunto. Fechei os olhos e o calor consumia meu corpo. Escutava apenas as batidas do meu coração e o sangue a correr pelas veias. Sentia um cheiro forte de ferrugem misturado com cheiro de morangos e cerejas. Enxergava a cor da paixão. Continuei de olhos fechados e pensava então apenas em mim, pensava apenas em meus sentimentos desordenados.

Percebi que em meu devaneio interno, apenas eu, estava atuando. Apenas de mim dependia a vontade alheia. Senti medo. Me tornei mais angustiado que antes. Nessa angustia medonha, desentendida e sentida, é que percebi que sou um ser que vive a procura de coisas não sentidas, de fatos não resolvidos, de seres que não existem, de ações não acionadas.

Pude entender que dentro de mim há um mistério que quero resolver. As coisas que sinto não me levam alugar nenhum. Os fatos resolvidos foram por mim subsumidos e sumidos se encontram. Os seres que existem estão por ai, olhando apenas a si próprios durante todo o espetáculo do tempo. Existem ações durante todo o tempo que me deixam numa rotina que se torna para mim “invivível’.

Sem escolha, abro os olhos, começo enxergar o externo de mim, me vejo em todos e em tudo. Parece que sem mim, nada é. Parece que ao mesmo tempo não sou sem os que fora de mim se encontram.

Vivo agora em um eterno girar...tonto estou...bagunçado internamente, pois ao meu ver, ai fora tudo está parado e completamente arrumado. Sou um caos no mundo.
E agora simplesmente chove lá fora. Mas dentro de mim esta tudo seco.

Luna Alcântara
Tempo escuro e chuvoso
inverno de 2009

4 de set. de 2009

A (não) Terapia...

Acordei e a angústia já me devorava.
A Chuva já molhava, não ontem, todas as coisas daqui.
E angustiada me coloquei a pensar e quão seria
Bom alcançar todos os desejos! Ah!
Mas quais são estes desejos?
Inefáveis, não consigo dizer!
Estou bobo, preciso de uma terapia.

Terapia! Será que me ajudaria?
Alguém apenas para me ouvir,
Mas não realizar meus desejos internos.
Alguém apenas para me suportar.
E doce palavras falar:

- O Terapeuta - Tenha fé doce criatura!
- O Eu - não consigo!


A (não) terapia não se realizou.
Continuo com minhas angústias.
Continuo com minhas dúvidas.
Ser ou não ser, sermelhor...

Prefiro a (não) terapia:
- Eu - como posso realizar minhas vontades?
- Terapeuta - Temperança sempre!
- Eu – mas o que é temperança?
- Terapeuta – Algo como paciência!

Vou embora e na (não) terapia
Vou (não) voltar...
Ela esta me confundindo
Ao deixar tudo muito óbvio.
Ela está me deixando maluca,
Por me fazer entender o que
Comigo está á acontecer.

Não quero nada entender
A Angústia me leva adiante
Por ela tenho um não-hoje.
Antes de ontem ou amanhã?
Isso vou descobrir agora!
Devo a ela meu momento de agora.
Dúvidas!
( não) terapia sempre!

Luna Alcântara
Manhã chuvosa de inverno 2009

31 de ago. de 2009

Espaço

Hoje acordei perdida no espaço.
Tentei, em vão, me encontrar
E encontrar o seu significado.
Dentro de mim não achei.
Fora e mais além, não encontrei.
E o que é espaço?
Se estou longe, digo que é a distancia.
Mas e quando estou perto e
Sinto ao mesmo tempo o longe, o não perto.
Resolvi pensar então que
Não há espaço físico, mas sim mental.


Seria o espaço algo sobrenatural?
O que seria de fato tal coisa?
Abstrata talvez, um algo não-concreto!
Mas, o que hoje em nosso ser não é?
Até o tempo se faz complicado a cada um!
Meu tempo me faz perder-me...


Perco-me em pensamentos impossíveis
Nada plausível de possibilidades idôneas.
Sinto medo no tempo do meu ser!
Sinto medo no espaço que ocupa meu pensar.
Tenho começado a me perder.
Tenho medo de ser encontrada
Tenho medo de ser notada
Onde não posso ocupar espaço.
Não quero ocupar mais o espaço de mim
Não posso mais tentar encurtar o espaço
E te trazer para junto de mim!

Luna Alcântara
Inverno de 2009

27 de ago. de 2009

E depois da aula de Dialética...

Chequei em casa e esperei o fenômeno lunar que iria acontecer, um amigo tinha me contado horas antes sobre o que iria suceder. Uma estrela estaria próxima da Lua...
Enfim eu não vi o fenômeno que ao certo não deixou de acontecer.

Fui me deitar normalmente. Não estava sentindo nada de especial. Tudo a minha volta parecia comum, ou seja, parecia o que era. A noite virou a não-noite. Me despertei junto com o sol. Estava frio e aos poucos não-frio estava mais.

Ao abrir os olhos mirei a janela e a primeira coisa que vi foi a cortina. Sua cor era a mistura de todas as outras não-cores (branco), com detalhes de não-laranja e amarelo (vermelho). Dentro do meu quarto estava o meu guarda-roupas não-árvore. Na porta de madeira não-arvore havia um penduricalho de tecido em formato de flor não-algodão entrelaçado por uma linha não-diaminas+ácidos dicarboxílicos (nylon).

Balancei a cabeça feito um cão perdido. Sou o não-ser de ontem. Por Zeus! Como vou agora pensar. Estou atormentada por todas estas coisas que deixaram de ser não-coisas para se contradizer e acontecer em novas coisas. Ou sei lá se realmente tudo é assim. Quando tudo me parece tão obvio, começo a pensar em coisas e de repente não-penso.

Pode estar tudo errado, mas só com o tempo deixando de ser é que vou tudo tentar desvendar ou não-desvendar.

Luna Alcântara
Manhã de inverno de 2009.

20 de ago. de 2009

Vontades desnecessárias que me fazem pensar...

Hoje uma vontade de escrever me arrebatou. Não sou de postar diversas vezes. Acho que talvez este seja um mês inédito (espero que não seja), talvez bata meu próprio recorde de postagem em um só mês. Bom, não quero ir ao Guinness. Sei lá!

O engraçado é que eu não tenho nada, nadinha para dizer. O que me impressiona é que mesmo nada tendo para falar, consigo frases formar. Frases deficientes alguém pode até achar, mas eu não acho não, pelo menos agora não.

Queria falar de mim, dos limites do meu mundo, dos outros, das outras coisas... do quem atrás do arco-íris, o que se esconde atrás das montanhas, cadê as fadas e os duendes... Essa noite não vi a bruxinha passando na frente da Lua. Onde ela foi? Queria poder contar para você! Aliás eu queria era saber!

Queria saber cadê os monstros que dormem atrás do guarda roupas, o que fazem de dia as lagartixas, onde andam as joaninhas... Cadê o saci perere, a cuca... as coisas mais bobas eu queria descobrir. Cadê o juízo dos que não tem, ou eles têm e são diferentes do nosso? E agora a melhor de todas, aonde se esconde a luz da geladeira quando abrimos? Por Zeus, creio que não estou no meu juízo perfeito. E eu também não creio que seja falta do que fazer. Por que quando estou no auge dos meus afazeres, tenho que parar e digitar, contar, escrever... Se não nada, nadinha consigo fazer. Queria saber cada coisa em seu detalhe. Inclusive a coisa eu. E é claro que aqui eu não disse nada do que eu queria saber. Aqui eu diria ser uma “tabua rasa”, “papel em branco”, mesmo com tanta coisa escrita. Eu Hein!

Luna Alcântara
Noite chuvosa do inverno de 2009

Encontrar

Dentro da profundidade
De mim estou tentando encontrar.
Procuro o que não foi
Em mim colocado
Quero encontrar
O que me foi herdado.

Sei que herdei “coisas”.
Coisas estas que desconheço.
Desconheço o profundo do meu eu.
Desconheço minhas facetas.
Não queira saber como
Sei que algo foi por mim herdado.

Vôo a procurar...
Rastejo para encontrar.
Mergulho em sentimentos
Procuro em meio a matéria.
No seio da Terra
Não consigo encontrar
Esta “coisa” tão séria.

Continuo na busca.
Uso magia, poderes invisíveis
Para encontrar.
Filosofo, penso em tudo o que posso
Para encontrar.
Fico no mundo da Lua
Para encontrar.

Quero encontrar o que
É pertencente a mim.
Minha intuição me diz:
- Quando encontrar,
Nova “coisa” terá que buscar!
Tenho que continuar a tentar
Encontrar.

Luna Alcântara
Inverno de 2009

18 de ago. de 2009

Meteoros

Sempre me coloquei na posição de micro-cosmos. Se for tudo junto ou separado, não é que o me interessa neste exato momento, que como o próprio nome diz “momento’. O que me interessa é saber se sou um micro ou macro-cosmos.

Há poucos dias atrás tivemos uma chuva de meteoros, se me recordo bem foi no dia 12 de agosto deste mesmo ano. Ao meu entender esta aconteceu no macro cosmos, talvez afetando o micro cosmos.

Mas nestes dias, senti, dentro de mim, ou sei lá, algo estranho, de estranheza sem igual. Senti diretamente em meus pensares coisas nunca sentida antes. De fato penso que esta chuva me afetou diretamente, por isso penso que sou um macro cosmos de mim mesmo, não sei ao certo.

Agora não quero mais saber das coisas ao certo. Talvez seja uma extinção eu saber de tudo. Viver na duvida talvez seja continuar persistindo na busca pelo que de fato é verdadeiro ou não.

Quero somente saber: sou macro ou micro? Eu sou algo afinal? Será que sou o meteoro de minha própria vida, de meus próprios sentimentos?

Luna Alcântara
Inverno de 2009

17 de ago. de 2009

Estrelas

Hoje me levantei pela manhã quando avistei a luz do sol que entrava pela fresta da janela arqueada. Olhei o céu azul, azul, tão azul que se confundia com o azul do mar. As poucas nuvens que flutuavam eu poderia muito bem dizer que eram ondas esbranquiçadas que vinham do horizonte em direção á areia.

Me coloquei a pensar. E então me lembrei da noite passada, que sem luar, eu podia ver as estrelas a brilhar. Veio-me no pensamento, um sentimento inefável, um devaneio incomensurável. Comparei o céu com o mar, onde as estrelas se colocam a brilhar. No céu e assim como no mar. No céu, em noites de Lua, prateado está e as estrelas, lá estão a brilhar.. No mar, em noites de Lua, prateado também ficará, e no fundo as estrelas do mar, também iluminadas ficarão. E então, aqui onde estou, no meio, na terra, sei lá, o que brilhará?

De fato não conseguia imaginar... Mas precisava conseguir, nem que fosse uma única estrela que eu pudesse fazer brilhar. Tinha a impressão que meu dia só se iniciaria, quando eu alcançasse tal objetivo.

E foi neste instante, que passa tão rápido, que em meu pensar brilhou uma estrela. Quem disse que eu não posso ser a estrela da terra? Quem foi que disse que não somos estrelas terrenas a brilhar? Fiquei atônica quando isso pude devanear. Fiquei com a sensação de poder até mesmo voar, iluminar onde eu penso em trevas estar.

Agora sou ainda mais feliz que ontem, estrelas brilham no céu, coadjuvantes no meio do luar... No mar, estrelas iluminam o escuro para os peixes desfilar... Na terra somos estrelas para tudo fazermos iluminar, importante será o meu brilhar juntamente com seu brilhar. E assim a tudo vamos iluminar!

Luna Alcântara
manhã de inverno 2009

14 de ago. de 2009

Agora, sou grande e nada Sou

Desde o passado, mais precisamente ontem, decidi não mais me apequenar frete a coisa alguma. Decidi que quero ser grande e nada ser. Não mais serei menor e nada serei. Agora e neste instante, que não sei quanto tempo dura, vou ser maior e nada vou ser. Sou, agora, maior frente as minhas dificuldades e diferenças com relação aos outros que são. Não sou, na medida que não entendo muitas outras coisas.

Deixarei minha “pequinês” de lado frente aos que nada são. Achando tudo complicado? A mim não parece ser assim. Pois somos diferentes quando pensamos, e nada somos ao certo. O que sei, com precisão, é que me apequenava frente aos monstros que me assombravam.

- Acorde, pequenina menina! Monstros não existem, não são! Pare de se apavorar com coisas que nada são!

Essas palavras ecoavam a tempos dentro de mim, mas meus ouvidos, orgulhosos, não queriam nem ao menos saber o que era o som murmurado. Foi quando eu, sendo o que sou agora, escutei o murmurar e lhe dei certa atenção. Me coloquei a pensar e vi, dentro de mim, algo que não tinha percebido. Trocando em miúdos, fazendo-me por ser entendida, ai vai:

Pense no morango! Belo e repleto de “eus” (sementes) tão minúsculos e que nada são. E quando num futuro muito breve, suas sementes, tão pequenas, tudo passa a ser. Passa a ser o fruto doce-amargo, vermelho, repleto de sementes ("eus") imperceptíveis que frutos breve serão e também, logo deixarão de ser.

Nossa! Como meus devaneios se complicam com o passar do tempo. Monstros aparecem e deixam de ser; eu, grande, nada sou...

È hora de mudar!
Chega!
Deixo de me apequenar

Diante de todas as coisas...
Sou um gigante...
Nada sou...

Luna Alcântara
inverno de 2009

13 de ago. de 2009

Escapatória...

Aprendi como escapar
Da vida de agora.
Aprendi como escapar
Da realidade.
Aprendi como escapar
Dos meus sentires.
Aprendi como escapar
De mim mesmo.
Aprendi como escapar
De coisas a parte de mim.
Aprendi escapar
Dos fatos concretos...
Vivo agora no abstrato.
Mas tudo passa tão rápido
Que na brisa vento posso sentir-te.
Não aprendi como escapar
De devanear a respeito de ti.
O tempo passa, mas logo outro
Instante vem e não consigo
Escapar de você!
Agora por mais que aprendi
Estou sem escapatória
Meu pensamento esta
Amarrado em ti!


Luna Alcântara (Marcinha Luna)
Inverno de 2009, tempo de crescer.

11 de ago. de 2009

Lugar

Quem disse que só por que chove não há passarinhos a cantar!?
Pode-se cantar a qualquer hora e em qualquer lugar...
Quem disse que só por que somos grandes não podemos brincar?!
Eu brinco a qualquer hora e nem esquento com o lugar!
Quem foi que disse que se a Lua no céu não está a brilhar é por que não há luar!?
A Lua brilha sempre, mesmo quando lá ela não está!
Quem foi que disse que lá é longe e não dá pra chegar?!
Podemos chegar sempre em qualquer lugar!
Já disseram para ti que você é o lugar!?
Lugar de ver e fazer acontecer...
Lugar onde os nomes escolheram para ficar...
Lugar onde as coisas são e deixam de ser...lugar onde você está ou não.
Eu estou no meu lugar, assim como você, que amo, também esta!
Resta apenas saber como faço para você entender
Que ocupas dentro de mim um lugar...
Resta apenas saber como faço para contar
Que sem ti não sei ficar...
Resta saber como faço para dizer
O quanto você é especial...
Resta apenas saber como faço para contar
Que no meu sonho consegui te beijar...
Resta saber como faço para contar
Que a ti eu quero amar...
E todos estes saberes
Dentro de mim não consigo encontrar
Onde está!
Me perdi por completo
Quando dentro de mim
Encontrei o seu lugar!
E agora na chuva ouço passarinhos a cantar!

Marcinha Luna
Manhã chuvosa de inverno 2009

8 de ago. de 2009

Hoje

Hoje me encontro
Melhor que ontem...
Ontem estava caído e sem direção.
Hoje me encontro
Melhor que ontem...
Antes de ontem simplesmente
Estava abatido e caído no chão
Jogado como algo que não merece nada.
Hoje me encontro melhor que ontem...
Mas eu pensava que ontem eu estava bem,
E tudo era uma vida de maravilhas.
Que engano o meu!!!
Hoje me encontro melhor que ontem
Melhor que antes de ontem...
Melhor ainda me encontro, se olhar
Atento o mês que se passou,
Que passou...
Assumi no passado
Algo falso, não cabível de minha
Fantástica realidade...
Confundi e confundi
a quem comigo estava.
Hoje não... me encontro na
Realidade total da vida deste mundo,
Mundo este em que estou e estou.
Hoje me encontro melhor que ontem,
Melhor que mês passado também, ora se não!
Acredito agora estar na realidade.
Ah! O estranho fato é que no futuro
Me vejo ainda cair!
E posso dizer que agora
Eu já não sei quem sou,
Como estou, por onde vou...

Marcinha luna
noite de inverno 2009

6 de ago. de 2009

Desmedida...

Intensa!
Desmedida!
Assim como o passar do tempo
Passo a descobrir meu Eu.
Um Eu intenso e completamente
Desmedido!
Amo na intesidade
Amo desmedidamente.
Assim como Eu sou,
É meu beijo, intenso...
Meu abraço é como o sol
Desmedido em seu calor!
Sou intensamente desmedido!
Meus carinhos são tão puros
Como a energia intensa da Lua Cheia!
Meu querer é tão desmedido
Assim como o céu, profundo, escuro, infinito!
Minha razão é tão intensa e desmedida
Como o verde das florestas a olho nu...
Minha emoção é tão intensa e desmedida
Na profundidade do mar...
Que no infinito desmedido e intenso
Se funde com o azul profundo do céu...
Assim me parece que sou
Desmedida, intensa, encontrando-me
neste mundo em nada medido...

Marcinha Luna
Inverno de 2009

5 de ago. de 2009

Filosofando pude ver que...

...Hoje não podemos mais expressar nossos sentires... Tudo é entendido de forma errónea, como se quiséssemos prejudicar uns aos outros. Parece que tudo o que sentimos é falso, mesmo o mais nobres de todos os sentimentos....

Não podemos mais manifestar amor, pois este é entendido de forma contraria, o que acaba despertando o sono do ódio!

Infelizmente não podemos mais dizer o que sentimos e como sentimos, dizer a verdade agora é como ser irônico. Precisamos ficar mudos, cegos e surdos se quisermos companhia....

Dar risadas, nem pensar... Somos agora robôs, falamos tudo eletronicamente, deixando de lado o coração que bate forte em nosso peito.

Nada entendido, coisas e afins jogados fora, como peças velhas de computador que para nada mais servem.

Agora não somos mais nada neste mundo tão grande e tão pequeno a rodar!

Tontos ficamos, nada entendemos, não entendemos e nem somos entendidos....

A moda agora é nunca dizer a verdade, afinal ela não é mais entendida como um sentimento puro e de honestidade, o sentimento verdadeiro virou algo ofensivo.

Se quisermos viver em sociedade, tendo amigos e companheiros de dia-a-dia não podemos mais ser o que somos, não podemos ser verdadeiros, temos que ser mudos e cegos, hoje temos que apenas escutar...

...precisamos encarar tudo como uma fábula, conto de fadas, que já foi escrito e ponto final! Onde tudo tem um final sempre feliz, mas é qui na realidade que vivemos e aqui nesta realidade não há o tão sonhado Fim! Feliz!

Marcinha Luna

Inverno Gélido de 2009

1 de ago. de 2009

Razão, Emoção, Colheita...

Usa-se hoje a razão para colher o que se planta. Antes não fosse assim. Se usassem um pouco de emoção, talvez as colheitas fossem melhores. Todos “Vivem” hoje raciocinando e esquecendo que são seres sensíveis. E pior ainda, esquecem-se da sensibilidade alheia. Plantam, plantam, plantam, mas esquecem a todo o momento de regar e agradecer.
Olham os alheios e se esquecem que eles, na verdade, são copias quase idênticas de si mesmo. A razão que deveria os ajudar a viver, os cegam, deixa-lhes sem emoção, esquecem que em vosso peito existe um coração, que bate por pura emoção.
Não sabem dividir. Quer tudo, tudo só para si. Ter mais que o outro hoje, significa ser melhor. Tudo seria melhor se fossem unidos. Hoje plantam e colhem, assim como antes, mas os frutos já não são mais tão doces e nem coloridos como o de tempos passados.

Ah! Homens de razão! Cadê vossa emoção! Agradeça por vossa existência. Agradeça por vossa vida, pois tu és semente de um mundo futuro. Futuro tão próximo que já passou. Passou tão rápido e vós ai ficou e nada, nada enxergou. Use de vossa razão para reconhecer vossas vitórias, vossas derrotas....use vossa razão para reconhecer que dentro de ti há emoção e bate forte um coração!

Marcinha Luna
Inverno de 2009

31 de jul. de 2009

E Filosofando...

As férias se prolongaram. A filosofia já me faz muita falta. De fato foi bom descansar a cabeça. Mas já sinto falta do filosofar, já sinto falta de ser um amigo pretendente a sabedoria.
É na filosofia que me encontro. É na filosofia que revejo todos os conceitos. É filosofando que me sinto á vontade para criticar. É dentro e durante o ato de filosofar que me encontro a meditar e encontrar dentro de mim a magia.

Quem não sabe filosofar, Heródoto (484?-425 a.C) foi quem usou pela primeira este “verbo” o FILOSOFAR, ou seja, Heródoto dizia que Filosofar é “esforçar-se por adquirir novos conceitos”, e quem não sabe fazer tal proeza vive sem vida. Eu vivo na vida. Consegui em meio ao mundo a proeza de poder filosofar.

É por isso que filosofando fico quando vejo tudo e a todos. É por isso que filosofando fico quando sinto falta da filosofia. É por isso que filosofando fico quando vejo a humanidade lentamente evoluindo. É por isso que filosofando fico quando ouço mitos, fabúlas. É por isso que filosofando fico quando vejo atitudes alheias.

É dentro do filosofar que posso encontrar novos conceitos. É dentro do filosofar que conjugo o verbo viver. É dentro do filosofar que procuro fazer valer. É dentro do filosofar que posso vivenciar prazeres inefáveis. É dentro do filosofar que posso dizer que tudo, desde o grão menor de areia a maior pedra que no mundo há, que nada posso “comensurar”.

Mesmo sabendo que se encontra dentro de mim, Filosofia já sinto sua falta!

Marcinha Luna
Inverno com total ausência de luz de 2009

20 de jul. de 2009

AMIGOS

Somos seres humanos, somos frágeis. Fazemos amigos, também frágeis. Queremos ser felizes, queremos amigos felizes. Não somos nada sem amigos. Ter um amigo é como ter um abrigo. Assim ficamos protegidos. Amigos são, assim como nós, semelhantes. Amizade = Amor. Amo-me e amo meus amigos.

Amizade!
Muito
Importante!
Grandes amigos nos fazem
Olvidar a
Solidão!

AMIGO. Sem tudo isso, nada somos. Com tudo isso, somos tudo! A amizade não vem do ontem. Ela está em todo o sempre. O prazer está em todo e para sempre. Amizade é o puro prazer de viver. Não vivemos só. Somos valentes pois temos amigos! Amigos para sempre é o que queremos ontem e sempre!

Não poderia ter escrito estas poucas e humildes linhas se amigo não possuísse.

Marcinha Luna
Manhã chuvosa de inverno de 2009, coração aquecido porque tenho amigos.

16 de jul. de 2009

Claro?!

Ora, Oras...
Quando é que tudo fica claro?
Se quando mais conhecimento tenho
Mais escuro tudo fica!
Quando tudo ficar claro
Por que tudo sei e á tudo domino
Não mais aqui estarei!
Talvez atravessando os portais do submundo
É onde me encontrarei!
Mas quando tudo ficará claro!?
Muitas vezes fico ansiosa por este,
Este que talvez seja “momento more”!
Mas quando claro em meus pensamentos
Fica esta situação, quero que tudo fique as escuras
De novo! E de novo volto ao marco zero!
Será que quero que tudo fique claro?
Será que necessito de tanta clareza?
Às vezes é claro que necessito
Mas, por vezes, prazer eu sinto no escuro!
Por Zeus, quando é que tudo ficará claro!?
Quantos deuses tenho? E os anjos? A mim protegem?
A Lua me passa a energia que sinto? Quanto clara ou escura no Céu?
Antes me sentia vergonhoso por nada poder responder.
Hoje e somente agora sinto-me orgulhoso por nada saber!
Agora e somente neste minuto que já se foi
Nada fica claro! Não quero nada claro!
Nada sei ao certo, ao claro!

Marcinha Luna
Manhã clara de inverno 2009

14 de jul. de 2009

FILOSOFIA

F iz um pacto!

I lusão foi o resultado!

L ogo me encontrei aqui, na vida de agora!

O uvindo um sussurro de mim mesmo, filosofando...

S ó e de nada, nada sabendo, nada entendendo, nem compreendendo.

O utrora, perdido, fatigado, triste, jogado, lançado, me peguei de certa maneira

F ilosofando, pensando, fantasiando, devaneando, idealizando, imaginando. Sobre o que?

I magine, pense, fantasie, devaneie, idealize, imagine, invente, arquitete, filosofe, por que...

A canhado vou ficar ao dizer que com palavras não posso contar, incomensurável foi o meu sentir, impossível de falar, inefável tentar descrever sobre o que ando devaneando!


Marcinha Luna

inverno de 2009

13 de jul. de 2009

Decepção

De fato, eu que sempre assumi uma postura negativa com relação ao tempo, hoje tenho que mudar, nem que seja por essas poucas linhas escritas, mas preciso, embora me doa muito, dizer o quanto ele é importante. O tempo passa se vai e nem satisfação dá. O tempo vem, diferentemente para todos. Sua contagem padronizada, apenas é um engano, pois não o contamos. Ele faz nos perdemos em seus pontos e números.
Mesmo me encontrando perdida no tempo estou decepcionada com o que, por conta dele, aprendo e sinto.
Sinto que para muitas coisas e em muitos momentos sou apenas um número. Espero muito de tudo e quando percebo esse muito não era algo bom. É bom no fato de que me trouxe um aprendizado, dolorido, mas aprendido. Me sinto como um pote em que os fatos são despejados. E nem no lixo consigo colocar para fora o que se encontra dentro de mim. Nem mesmo um lixo merece ouvir o que tenho para desabafar. Desabafar os problemas de todos. O bom é que muitos e muitas coisas estão sem problema algum. Talvez seja este tempo, este intervalo de passeio e alegria, que o fazem esquecer de seus problemas cotidianos e se esquecerem dos outros. Mas Eu não, não esqueço de nada. Me lembro perfeitamente de todos os meus e de todos os problemas relatado a mim pelas outras coisas. Me lembro de tudo cuidado. embora as outras coisas não.
Mas uma vez o tempo me faz morder a língua. Ele se fez necessário para que eu pudesse entender dentro da minha rotina de estudos, que nada é fantasia. Tudo não passa de jogadas políticas. Eu não queria dar razão a Maquiavel, eu juro, mas não tenho outra saída. O problema agora é eu aprender com ele todos os macetes que percebo que as outras coisas aprenderam. isso não faz parte da minha etica pessoal. e eu possuo uma pois tenho certeza absoluta que sou autentica. Minha mestra sempre diz: “não diga que não goste do que você não conhece, nunca fale que não gosta do que não entende profundamente”, e ela tem razão. Agora entendi Maquiavel, e vejo a razão dos ditos, e percebi como todas as outras coisas agem.
Aprendi que de fantasia a vida não tem, a não ser que eu não precise falar com pessoas de carne e osso, maquiavelicas por sinal, e converse somente com as fadas e os meu amigos gnomos.
Falar tudo poeticamente e bonito, se torna apenas motivo de chacotas, e risadinhas de canto de boca.
Minha decepção está com relação a quase tudo. Por conta da filosofia, que deixou a fantasia para se organizar como meio político, mas vejo que isso não funciona até hoje; com as pessoas que se mostram umas e quando vemos a máscara cai e nada são do que dizem ou fazem é o que verdadeiramente são, mas isso já vem de muito tempo, não aprendi por que sou burra, anos a traz a máscara de uma caiu, não aprendi com o acontecido por que não quis. É aqui que encontro a parte legal, muitos do que pensei ser da “legião do mau” são na verdade do bem. Talvez estes estejam de máscaras para não serem atingidos pelos adversários. Agora tentarei ser assim também. Na magia vestimos máscaras para não sermos atacados por energias negativas, usarei agora meu aprendizado. Dizem que Cleopatra usava fortes maquiagens para não ser reconhecida pelas energias maléficas. Usarei meu “caldeirão” para afastar de mim as coisas malignas. Já é tempo de limpar o terreno para a nova fase. E ai estrearei irreconhecível, invencível. Fadas, gnomos, intuição ao meu lado. Serei eu mesma. E não vou mais me decepcionar com nada, minha decepção é apenas aprendizado. O inverno e a chuva é apenas a limpeza para o novo tempo, o tempo de florir os campos e semear novos aprendizados. A decepção vem como conseqüência da vida, e viva estou.

Marcinha Luna
Inverno de 2009

6 de jul. de 2009

Escrever

Definitivamente estou percebendo que escrever não é para qualquer um. Bendito sejam os escritores e poetas por conseguirem de maneira “mágica” encaixar cada letra no lugar certo e politicamente correto no decorrer do texto por eles elaborado. Benditos sejam.

Estou passando por uma temporada de crise de criatividade. Não sai nada da minha cabeça. Nenhum coelho da cartola. Estou me esforçando, eu juro, mas ta dificílimo. Ai to cansada de tentar colocar cada vírgula no lugar. Começar cada frase com letra maiúscula. Isso é estressante.

Tudo o que escrevo o computador se coloca entre mim e o texto. Vive marcando minhas palavras e frases. Ele não entende de nada. Não sabe nem sentir. Pô qualé! Olha só, mais um que ele vem corrigir! Nem sabe o que eu quis dizer.

Não conhece de sentir, não entende nada então. Quando sinto amor, eu lá quero saber onde encaixa a vírgula! Puxa eu quero sentir prazer. Quando me sinto querida, lá quero entender o para que do ponto de exclamação! Eu não. Quando me sinto questionada eu simplesmente sinto oras bolas, não quero saber de ponto de interrogação! Putz! Não tem ponto para fracasso. Não, não venha dizer que é o ponto final. O ponto final muitas vezes indica que em seguida vem uma letra maiúscula. Ai você estaria sendo pessimista. Tem ponto para isso?

Estou sentido coisas que com palavras eu não sei dizer! E agora, como poderei me ajudar? Descobri na escrita uma forma de desabafo. E agora nem isso mais consigo fazer. Penso que estou paranóica. Mas o que isso quer dizer? Eu sei lá! Eu to.

Meu nome não se separa de mim, porém tenho que escrevê-lo separado, e não fixo no meu corpo. Escrevo meu nome numa folha de papel que se encontra no mundo. Mas o mundo não se encontra na folha, mas meu nome se encontra e eu me encontro e meu nome a mim pertence. Vixi, nem sei mais do que to falando. Quem sabe um bom vinho me ajude, digo um bom e não o mais caro. Estou de férias!

Marcinha Luna
Segunda, inverno de 2009

26 de jun. de 2009

Michael Jackson, Morte, televisão, preconceito, agora...

Assistindo a televisão agora pela manhã incrivelmente me veio a vontade de escrever. Nunca isso tinha me acontecido, assistir televisão e sentir vontade de escrever algo. Para mim a televisão á algo supérfluo que não traz conhecimento e ao contrário nos faz vivermos como covardes e nada sentir vontade. Penso que este é intuito da televisão.
Enfim, assistindo hoje aos clipes musicais, o que mais adoro ver na televisão, se inútil ou não, me dá um certo prazer, pude ver o quanto a vida e a morte é algo inefável e também incomensurável.

Não sei falar e muito menos entender a língua inglesa. Mas adoro os clipes, as histórias contadas por eles, mesmo sabendo que muitas vezes nada tem nada haver com a música, já fui atrás de traduções de algumas músicas e pude perceber que a história do clipe nada tinha haver com ela. Ah! Também não entendo nada de música.

Há muito tempo eu não via passar em nenhum canal um clipe se quer do Michael Jackson. E agora pela manhã é o que há. Deixaram os vivos de lado e agora só o que se foi passa a ter valor. Porque isso? Não compreendo.

Todos os dias, as todas as horas passa-se clipes musicais de vivos e mortos, de sucesso ou não, e a muito tempo eu não ouvia um clipe do Michael. Ele estava vivo assim como todos os outros que tocam e tem seus clipes a todos os momentos tocando na TV.
Não posso entender ou compreender por que agora só toca o Michael, para mim é uma vitima do pré-conceito que a sociedade faz hoje de tudo e todos. Ah! Como isso nos é prejudicial.

Eu penso que todos os clipes devem ser tocados a todo o momento, dos vivos ou dos mortos. A eternidade é agora. Talvez tudo o que eu tenha dito aqui seja sem sentido. Palavras escritas ao vento que muitos nem vão entender. O fato é que eu estou escrevendo por que vivo, e não devo sentir vontade de nada. Também não estou escrevendo aqui simplesmente por que o Michael se foi, mas que fique de alerta que todas as coisas que ainda se encontra entre nós são importantes.

Preste mais atenção em tudo a volta. Desde Homens, animais e plantas. Deixem para prestar atenção quando as florestas não mais existir, deixem para prestar atenção em vossos animais de estimação quando estes se forem, deixem para prestar atenção em vossos entes queridos quando estes não estiverem mais em vosso campo de visão. E ai não reclamem, não vai adiantar dedicar a eles vossos votos. O que adianta é o agora, que sinto muito em lhes informar, acabou de acabar.

Marcinha Luna
Inverno de 2009

25 de jun. de 2009

Outrora...

Outrora vivia me lamentando.
Estava cansado, triste, jogado.
É eu realmente fui jogado aqui
Sem encontrar muita finalidade
Para meu estado de estar aqui.
Quanto mais passa o tal tempo
Mais aprendo, mas um aprendizado
Muito estranho.
Não chego a finalidade de nada.
Quem sabe isso seja bom.
De fato ainda não sei.
Estava enfadado e cheio de dúvidas.
Ainda estou. Não enfadado.
Mas cheio de dúvidas.
Com relação a tudo quanto há.
E se não há também tenho.
Eu procuro seriamente uma verdade.
Mas são palavras da boca para fora.
Na verdade eu não esforço muito.
Mas sei que quando me esforço
Consigo mais coisas, mais verdades
Que traz junto com elas incertezas.
Outrora eu andava jogado...
Agora ainda estou.
Outrora sentia-me incerto...
Agora continuo sem certezas de nada.
Outrora as duvidas me dominavam...
Agora ainda me dominam.
Outrora eu estava vivo, e cansado dessa condição...
Agora continuo vivo, mas procuro
Uma resposta que responda as minhas dúvidas
De outrora que continua agora.
Perceba que muitas respostas não trazem
Respostas, mas sim muitas das vezes trazem um
Novo questionamento.
E o outrora continua refletindo agora.

Marcinha Luna
Inverno de 2009

18 de jun. de 2009

Para encerrar o semestre...

Para encerrar o semestre descobri que há dois de mim vagando por ai. Perigoso? Não sei. E que bom que não sei isso é sinal de continuo procurando saber o quão perigoso isso pode ser.

Um dos meus que vaga por ai é inautêntico. Compreendido, bonito, repleto de pontos de exclamações e pontos finais. Tem uma vida ética, leva a risca tudo politicamente correto. Nunca expõe suas lágrimas. Não possui um lugar, apenas se encontra em um ambiente ali e outro aqui. Escreve textos tecnicamente corretos, ou ao menos deveriam ser, sempre falta uma vírgula ou um acento ou sobra um ponto final, fazendo desta maneira com que falte sempre meio ponto. rsrs Ah! este ser autêntico, ainda dou risadas com ele. Aliás, este semestre para o ser inautêntico foi repleto de bolas na trave. Mas isso é apenas um incentivo para continuar buscando o caminho do gol e não dar a partida por encerrada, pelo menos é o que disseram e minha parte inautêntica acatou.

Porém existe também o lado autêntico de ser. Não compreendido. Que nada acata. Chora. E ao modo de ver dos inautênticos se passa por esquisito, meio gago. O seu ponto preferido é o de interrogação, muitas vezes também lança reticências, mas na essência, bem lá no finito do ponto se esconde a interrogação. Leva uma vida ética, ele faz sua ética, ela é sua morada. O seu modo de escrever surpreende pelo fato errado de ser, surpreende pelo que diz a respeito da verdade. Usa a verdade a larga. Sem medir. Se pergunta o porque da igualdade de todos. Não se esconde. Chora e esbraveja. Mas acaba sendo escondido. Triste? Claro que não.
É aqui que meu ser goza, é este modo autêntico de ser que me encontro em completa felicidade. O recheio da felicidade? A angustia, o tempero que leva este meu ser adiante.

Então fecho este semestre com chave de ouro. O ouro que encontrei? O meu ser autêntico. Estou apaixonada por ele. Toda vez que o encontro sua angustia me faz gozar. Querer a vida completamente diferente de como ela é. Pouco importa a linguagem, o que importa é a serenidade. Como o encontrei? Com ajuda de meu ser inautêntico, que me leva espacialmente pelos cantos materiais do mundo onde minha parte autêntica não chega.
Enquanto eu viver preciso dos dois. Perigoso? Já disse que não sei.

Marcinha Luna
Inverno de 2009

11 de jun. de 2009

Descoberta!

Acabo de tirar o Véu!
Acabo de descobrir, aqui quero viver!
Em meio as letras, em meios aos livros.
Me encontrando em cada frase
Sentido cada texto.
É assim que quero fazer!
Escrever, descrever, viver!
Escrever como me sinto, o que sinto.
Sem olhar a ética alheia. Escrever a minha ética.
Escrever poeticamente, sem me prender a nada!
Quero ser livre!
Quero descrever o Céu, a Lua!
Ah! Luar, que ilumina o azul profundo do Céu!
Quero descrever você. Descrever como és!
Descrever como és no meu ponto de vista!
Descrever como tu és dentro da minha ética!
Acabo de descobrir, aqui quero viver!
Viver livre e poeticamente!
Não quero com nada me comprometer.
Não quero de nada me esconder.
Não quero nada esconder!
Quero reconhecer! Quero gozar!
Quero aqui viver intensamente!
As letras é o meu mundo!
Um mundo aberto, eterno!
Aqui é o mundo!
Um mundo onde posso fazer tudo!
Ah! Que tudo maravilhoso!
Que tudo inefável!
Que tudo incomensurável!
Quero me expressar!
Quero mostrar quem realmente sou.
E sei que sou! Sou eu!
Sou feliz aqui!
Deliro a cada espaço!
Rodo olhando para o Céu!
Não sou louco não! Aqui sou eu e feliz!
Este meu mundo gira.
Meu coração palpita muito mais!
Ah! Os cheiros e as cores!
Tudo colorido quando quero!
Tudo perfumado pelas flores quando eu desejar!
Ah! Aqui é meu mundo!
Tudo preto e branco quando eu preferir!
Tudo “outonisado” quando eu preferir!
QUERO GRITAR QUANDO EU NECESSITAR!
Me silenciar quando eu precisar!
Descobri é aqui que quero viver!
Sair quando achar que devo!
Fazer o que eu quero!
Rolar pelos campos
Gozando de alegria!
Bater os pés com força
Quando estiver tomada pela raiva!
Quero me tomar pela raiva sim!
E por que não! Se posso senti-la.
Por que esconde-la!
É aqui que quero viver!
Me eternizar, tudo realizar!
Acabo de descobrir, aqui quero viver!
Quero dançar a dança das borboletas!
Ler um novo texto,um texto poético!
Sentir o cheiro da chuva,um cheiro adocicado!
Chorar sem dar explicações, chorar lágrimas verdadeiras!
Acabo de descobrir, aqui quero viver!

Marcinha Luna
Outono de 2009

10 de jun. de 2009

Autêntico

Exatos sete dias se passaram
De quando me dei ao luxo de ser autêntico!
Não sei se pagarei no futuro por esta decisão.
Também não me importa neste momento saber disso!
De fato experimentei a autenticidade.
Fiz o que pensei e usei minha ética.
Perfeito!
Ao mesmo tempo
Doloroso!
O sentimento?
Indescritível!
Perfurado?
Não, eu não senti nada!
O que sinto agora?
Arrependimento!
De ter sido autentico?
Não, de ter durado apenas
Alguns míseros minutos!
E agora?
Não sei, mas entendo que o Luxo se foi.
Como me sinto agora?
Novamente um Inautêntico.

Marcinha Luna
Outono de 2009
Manhã Chuvosa

21 de mai. de 2009

Inautêntico

Confesso que esta noite não dormi.
A noite passada me foi serena.
Repleta da surpresas
Das quais apenas posso dizer,
E colocar no vento a palavra “inefável”.
Sim, eu a ouvi ontem.
Mas não consegui compreender o 
por que meus olhos se recusavam a fechar.
Meu ser foi então perfurado.
Em um momento pensei que tivesse
Sido consumido... Mas não fui,
O dia raiou, e aqui estou.
Então não fui contemplado
Com a morte. Ainda vivo!
E este não era o desejo.
Gostaria que tivesse sido
Consumido, consumido.
Não quero passar por coisas
Das quais estou passando!
Talvez eu precise de alguém
Que me console.
Aliás, penso que isso
Na verdade é uma quase certeza.
Preciso urgente me encontrar
Com um ser, uma alma, Boécio.
Ele sabe quem pode me consolar
Uma vez me parece que nunca,
Serei e nem poderei ser consumido.
Não posso neste mundo maldito
Ser contemplado, desdobrado em
Minha totalidade. Qual o meu castigo?
Viver para sempre como um ser
Inautêntico!

Marcinha Luna
Outono de 2009

15 de mai. de 2009

Jogo poesia...

E agora, o que faço eu?

Amo-te, mas tu não me entendes.

Quero amar-te, mas minha linguagem,

Você não entende.

Estou só. Eu e minha linguagem

Única, poética, romântica!

E agora, o que faço eu?

Sozinha, a falar com o vento, com a chuva.

Sei me comunicar, mas não sei jogar.

Jogar o seu jogo esta complicado.

Assim como você também não

Sabes jogar o meu jogo!

Maldita Linguagem!

Eu e você sempre tão juntos

Mas ao mesmo tempo, distantes!

Estamos jogando jogos diferentes

Gostaria que você jogasse o meu jogo.

Mas eu não estou disposta a saber as

Regras do seu jogo!

E agora, o que faço eu?

Decidi que vou jogar só,

Vou jogar o meu jogo.

Vou só.

Sei que meus sentimentos a mim entendem!

Eu vejo as cores e sei que brilham.

Você enxerga tudo em preto e branco.

És cego! Não entende nem mesmo o jogo que jogas!

E agora, o que faço eu?

Vou ouvir minha musica,

Voar pelo ar que a mim pertence.

Não quero rivais para jogar.

Quero ficar aqui, só.

Poética e romântica.

Vivendo na fantasia

A minha forma de vida!

É agora, eu decidi, assim faço eu!

Marcinha Luna

Tarde chuvosa de outono 2009

7 de mai. de 2009

Cadê Você...Morreu ou nunca existiu?

Ainda não compreendi muitas coisas.

E pretendo sim compreendê-las

Sei que o meu ser deve ser aberto

Mas ao ouvir uma musica

Meu ser aberto foi ainda perfurado

E ainda não conseguiu ser recuperado.

Continua dilacerado, sem entender o porquê das coisas.

Quando pequeno fui instruído

A acreditar em algo que não via

E hoje depois de crescido

Meu ser não conseguiu ainda ver

E o pior é que agora, também depois de crescido

Não esta mais conseguindo

Nem mesmo crer.

E agora? Como devo agir?

Chorar, esbravejar pedir para Te ver?

Continuar a crer em Você?

Não, eu não posso compartilhar a dor alheia,

Acreditando que Você possa existir.

E não esta sendo fácil para mim

Conversar agora com Você,

Sem ao menos acreditar que o som

De meu pensamento estas ouvindo,

Sem ao menos saber se Você vê

Que agora me encontro

Com lagrimas nos olhos.

Chorando neste momento uma dor que não é minha.

Chorando neste momento também a minha dor!

Marcinha Luna

Outono de 2009

Chuva no Norte e Nordeste

30 de abr. de 2009

Lugar

O Céu é somente por que eu sou!
Todas as coisas são em mim
Elas só são por que sou!
Redundante e contagiante!
Tu existes para mim e em mim.
E somente para mim tu és
Assim penso eu.
Iludo-me pois tu é o lugar
Onde as outras coisas também são.
E tu não és somente para mim.
Tu és espaço para todas as outras coisas.
Sinto que meu lugar em você é pequeno
Um espaço insignificante em sua rotina
Que considero maçante!
Não esqueças que eu sou o seu lugar.
Mesmo que você não tenha um lugar para mim.

Sinto me só. Vazia e repleta de lacunas!
Repleta de perguntas sem resposta alguma.
Perfurada, onde remendos não podem tampar.
E assim continuo, me curo.
E novamente de perfuro.
Mas sou como uma fenix
Vermelha cor da paixão.
O que me diz você sobre paixão?
O que me diz sobre desejo?
Precisa me responder.
Afinal tu és lugar onde as todas coisas são!

Marcinha Luna
Outono de 2009

26 de abr. de 2009

Desejo, possível alcançar?

O que é o desejo? O que é desejar?
Parei para sentir, Tentei refletir,
Não consegui encontrar.
Mas em um momento a pensar
Consegui sentir, visualizar.

A tudo eu desejo
Desejo a você,
A outrem também desejo!
Coisas materiais a meu bel-prazer.

Mas percebi
Desejar e conseguir
É deixar de desejar.

A tudo quero conseguir.
A tudo preciso desejar.
Quero tudo alcançar.

E quando tudo alcançar
Talvez eu deixe de existir.
Resolvi então desistir de ti!
E para sempre a ti vou desejar!
Vou viajar
Tentar te encontrar
Mas não quero te tocar
Quero somente a ti desejar!

Marcinha Luna
Outono de 2009

22 de abr. de 2009

Mãe Terra


Minha Mãe Terra...
De ti eu vim e a ti eu voltarei
Feliz e sempre a contemplar vossa beleza.

Coloco minha mão em vosso coração
Sinto-a chorar.
Meu coração fica triste,
Meus olhos se enchem de água,
Não sinto mais seu perfume
O vento gélido deixa pálido meu rosto.

Coloco minha mão em vosso coração
Sinto-a rir.
Meu coração se enche de alegria
Em meus olhos transborda a felicidade
Sinto seu perfume, enxergo suas cores.
O vento caloroso deixa rosado meu rosto.

Sinto as flores, as árvores, o orvalho, o vento..
Vejo-a de cores possuída
Assim quero senti-la, assim quero desejá-la.
Quero amá-la. Assim quero que me possua.

Minha Mãe Terra...
De ti eu vim e a ti eu voltarei
Feliz e sempre a contemplar vossa beleza.

Marcinha Luna
Outono de 2009
Dia da Universal da Terra

21 de abr. de 2009

Penso, existo, sei de mim?!

Eu penso e logo existo.
É a algum tempo atrás isso foi dito.
Foi filosofado.
Fizeram-lhe referências.
Nossa! Mui claro que ao pensar sei de mim.
Sim quem sabe por alguns momentos.
Mas o fato é: eu sei de mim?!
Eu até compreendo que penso.
Sim vejo um rio que sempre é o mesmo e muda.
Penso no rio.
Tudo é infinito. Mas e eu, penso que não sou.
Existo mas não sei se infinito sou.
Tenho mil e uma idéias, mirabolantes até.
Realiza-las? Nem todas, nem sempre.
Mas tenho idéias. Vivo num mundo de idéias.

Mas apareceu alguém que disse
Que pensar e existir são coisas legais.
Poxa muito bacana. Agora pense
Já que sabes de ti me responda:
De onde veio, para onde vais?
És eterno? Perpetuo? Infinito?
Não tu sabes de tu. isso também foi filosofado!
Tu não sabes de tu, nem de tua existência.
Tu sabes sim, das leis, do papel, dos objetos.
Tu tens manual daquilo que fazes, e mesmo assim
Ainda falhas.
Tu não sabes de nada!
Não entende o porquê tem Sol,
O porquê das fases da Lua.
Tu não sabes o porquê adoeces.
Tu não sabes por que morres.
Pense um pouco mais. Descubra um pouco mais.

Marcinha Luna
Outono de 2009

14 de abr. de 2009

Experiência

Experiência
Acontecendo agora e sempre
Junto e não separado.
Experiência
Comigo
Contigo
Contido no mundo.
Experiência
Agora
Sem antes
Nem depois
Experiência
É e não é
Mudando sempre
Experiência
Aqui
Lá.
Experiência em todo lugar
Pelo ar.

Marcinha Luna
outubro de 2009

7 de abr. de 2009

Tudo indeterminado

Ontem a noite olhei para o Céu. Vi o quanto ele é indeterminado. Há tempos atrás olhei para a mesma Lua, que como ontem quase cheia, crescendo determinada, era de um tom alaranjado, reflexo do sol claro, mas ontem estava azul, será o reflexo do mar? Nada mais esta claro. Eu diria indeterminado! Ah! Sim, não cai no buraco não, mas estava a olhar o Céu.

Hoje o Sol nasceu completamente novo, entre as nuvens. Que o sol nascerá novamente amanhã esta claro e determinado. Que eu o verei, indeterminado! Que estará no Céu, determinado, mas visível indeterminado, e se uma nuvem o cobrir? Nem mesmo você o verá.

Sei de mim, estou aqui, determinado. Não sei o que quero aqui, indeterminado. Que sei o que sinto agora? Indeterminado! Amor, paixão, angustia talvez, mas indeterminado! Se quero dormir ou apreciar as letras, indeterminado. Minha obrigação esta determinada: apreciar as letras e não apenas dormir. Qual opção vou tomar, indeterminado. O caminho do bem, determinado. E tudo a minha volta sussurra indeterminado, descolado, ausente, insuficiente, quente, frio, úmido, seco, invisível, ilegível, infinito...

Não sou mais o mesmo de minutos passados.

Marcinha Luna
Inspiração em Lunes
Lua Cheia do outono de 2009

25 de mar. de 2009

Eu admiro...

Ah! Sim eu admiro o Céu,
O sol, a lua, as estrelas...
Não riam de mim
Se eu tropeçar numa pedra
Por apenas me admirar.
Tropeçarei sim, com prazer,
Com vontade, ambição
De saber o porquê do céu e da terra.
Quero saber o que esta entre eles,
O que não esta entre eles.
Por que a água é fria e porque o fogo é quente
E não o inverso.
Quero sim, me admirar, tropeçar,
Cair com os lábios na terra,
Acariciar a pedra que me fez deitar no solo.
Quero sim, colocar os ouvidos na grama,
Ouvir o seu sussurrar, saber se choras ou se ri.
Quero saber se a terra, tão infinita,
E aos meus olhos, tão finita,
Me revela algo.
Quero sentir o vento passar por minha alma
Fazendo meu ser se refrescar do sol quente
Que raia no céu.
Quero admirar o crepúsculo.
Quero sentir a chegada da noite, fria, gélida.
Quero saber por que o luar simplesmente não esta lá.
Quero sim me admirar.
E se eu tiver que cair, que eu caia.
Me levantarei na certeza que mais coisas sei
Do que no momento da queda.
Sim! Eu admiro o céu, o sol, a lua, as estrelas...
Riam se não entenderem, caiam se entenderem.
Fiquem estáticos se de nada querem saber.

Marcinha Luna
Outono de 2009
Lua se escondendo no céu.

13 de mar. de 2009

O fato é...

Que a cada dia que passa, ou sei lá o que passa,
Me encontro ainda mais perdida.
Ouvi dizer que eu seja o tempo, das coisas em mim,
Mas tem coisas que estão ali e não em mim!
Ouvi dizer que o tempo é feito com o passar das coisas feitas,
Mas ainda não fiz uma determinada coisa e já vi que ele passou!
Olha estou cada vez mais desconfiada que estou vivendo,
Padecendo, crescendo, sei lá o que em um labirinto.
Sei que enquanto estou aqui presa vivo!
Ou também não sei!
Sei que estou parecendo, estou sentindo o tempo
Passar, me carregar a força para onde não quero chegar,
Então como pode ser o tempo nascendo com as coisas feitas!?
Olha vou dizer uma coisa aqui, talvez eu esteja errado
Mas também pode ser que eu não esteja, mas me dói,
Sim por que o que vou dizer é triste, angustiante,
Então lá vai:
- o tempo ta passando, me carregando, não quero ir
Sinto que estou indo aonde não quero chegar, tempo menos
Tempo estarei com completa ausência de lembrança, falta de admiração,
E tudo isso culpa disto que não sei nem ao menos o que é!
Oh! Raiva, que me consome e me faz ficar angustiado.
Oh! Raiva, que faz escrever estas palavras que nada dizem!
Oh! Raiva, de mim mesmo por não descobrir o que este “tempo” é!
Oh! Raiva, que me faz admirar!
Oh! Raiva, que me faz ainda ser!

Marcinha Luna
Luna minguante, tempestade de fim de verão!

Exemplo...

o Arroz queimou antes de estar pronto...
o tempo passou antes de ele ser arroz,
e agora?!

Eu digo Sei lá! e vc?

Marcinha Luna

10 de mar. de 2009

Ensinar Filosofia?!

Não! Filosofia não se pode ensinar.
Assim como não se pode ensinar a andar.
o que podemos fazer é perguntar, endagar.
abrir espaço para o espanto, para a curisoidade.
Podemos perguntar: porque? como? é ou não é?
E todas as respostas que levam a alguma outra pergunta
vem num tempo certo.
Assim como nos levantamos e colocamos pela primeira
vez um pé na frente do outro num tempo também certo.

Quando a hora da admiração chegar,
Para sempre ficara presa em nosso ser
Enquanto ser!

Marcinha Luna
Lunes, Luna Cheia, Verão de 2009

3 de mar. de 2009

Crise de indagações

Não é de o meu feitio escrever postagens seguidas, enfileiradas, em sequência uma das outras.
Mas o fato é que esta noite calorenta e de Lua a sorrir no céu, passei em claro. Rolava de um lado ao outro e nada de meus olhos fecharem e eu ter belos sonhos! Ah! to em crise. De que? Indagações.
Por Zeus! Que raios esta acontecendo comigo. Queria descobrir! Assim eu saberia mais sobre mim mesma. Será importante saber sobre mim mesma? Queria poder ler os pensamentos alheios. Mas seria isso bom? E se eles não estivessem pensando em mim? Ou seria pior se estivessem? Ai,Ai...sei lá viu!
De onde foi que eu vim mesmo? Da água, do ar, do fogo... do além? Bom pra que eu quero saber isso? Num sei se vou voltar lá. Será que ta faltando eu saber de alguma coisa que ainda não sei?
Zeus, estou em crise? Será normal o que estou passando?
Queria sair agora lá na rua e perguntar ao primeiro ser andante que eu visse: o que fazes aqui e andando neste dia quente e abafado? Esta esperando a chuva? Você esta querendo ficar com sede para beber água?
Quero agora indagar a mim. O fato é que não respondo. Ah você esta pensando que o gato comeu minha língua? Ah! não, não é isso não, eu não respondo simplesmente por que não sei. E por que eu quero saber? Ah! Curiosidade.
Por que eu saio da minha casa todos os dias para ir a faculdade mesmo? Vixi, na lata assim eu não sei responder! Por que eu tiro fotos? Para depois me ver mais jovem do que estou e ficar com raiva do maldito do tempo? Alias, tempo por que você não fala comigo hein? Por que não responde algumas coisas para mim, eu acho que seria sua obrigação, afinal você não esta comigo todo o tempo? Ah! Tempo!
Por que cheguei aqui no meio do caminho da vida com 31 anos e estou deste jeito? Alias sem jeito nenhum. 31 é igual a 4 na numerologia, significaria estabilidade, haha estou em uma corda bamba! No que mesmo que tenho que acreditar?
Ah to cansada viu! Vou indo. Vou olhar agora lá pro céu e ver o azul. Ver as nuvens passeando e quem sabe acalmar meu ser. Não sei se isso é possível agora. Espero que esta noite eu possa dormir. Ah ia me esquecendo, porque o céu é azul mesmo?

Marcinha Luna
Verão muito quente de 2009

1 de mar. de 2009

Verbos que fazem viver...

Nascer
Respirar
Admirar
Indagar
Perceber
Querer

Ah! Viver
Adorar
Sentir
Admitir
Saber

Ah! Viver
Gostar
Ler
Conhecer
Respeitar

Ah! Viver
Amar
Apaixonar
Gozar
Desconhecer
Procurar
Aprender!



Talvez sejam estes alguns dos principais. Necessária são as ações. Fui lançado no mundo, nasci, respiro. Me admiro com todas as coisas, até mesmo a mais simples delas. Indago a todo momento sobre tudo o que percebo que é! Quero a tudo adorar, sentir e admitir que as coisas estão ai! Quero mesmo saber, na integra sobre tudo.
Quero gostar de saber, quero ler, conhecer. Quero respeitar. Quero amar, me apaixonar, gozar. Quero desconhecer, quero procurar.
Eu quero a tudo aprender!
Quero agora resumir, deixar tudo, quero uma única palavra que faça meu ser voar. Quero uma única ação que faça meu ser se arrepiar!
Quero resumir tudo, tudo e tudo e eu sei como viver, aprender, admirar, apaixonar-me, gozar em uma única ação, com apenas um único verbo: Filosofar!

26 de fev. de 2009

O Bolo...

Vamos agora fazer uma analise de um bolo. Começaremos:
Redondo, inteiro
Branco, cobertura de chantily.
Decorado com contas prateadas e três flores lilás ao centro.
Internamente:
Massa de pão-de-ló
Abacaxi cozido com açúcar
Creme de baunilha
Molhado com refrigerante de abacaxi.
Pois bem, até aqui tudo bem? Entendido que se trata de um bolo, redondo e nada mais que um bolo. Certo?!
Deste bolo tiro um pedaço.
Analisemos novamente o bolo:
Redondo, faltando um pedaço
Branco, cobertura de chantily
Decorado com contas prateadas e três flores lilás ao centro.
Internamente:
Massa de pão-de-ló
Abacaxi cozido com açúcar
Creme de baunilha
Molhado com refrigerante de abacaxi.
Pois bem, até aqui tudo bem? Entendido que se trata de um bolo, redondo e agora faltando um único pedaço.
Direi agora o que pretendo. Não existe o primeiro pedaço do bolo. Todo pedaço é único e todo bolo é um novo bolo.
Sendo mais clara:
Do bolo redondo inteiro se tira um pedaço, é o primeiro pedaço de um bolo que agora não existe mais. Um novo bolo agora surge do nada ou do tudo que já existia, um bolo faltando um pedaço.
Vou tirar deste, um bolo faltando um pedaço, um outro pedaço, único de um bolo único.
Este bolo, faltando um pedaço, agora não existe mais. Um novo bolo surge: um bolo faltando dois pedaços. No final nada sobrará, assim como nada existia antes. Digo nada radicalmente, desde o bolo até estas linhas escritas, faladas, recitadas, ouvidas...

Talvez eu ache isso. Até agora estava pensando. Acho que mudei de ideia, o primeiro pedaço existe e é único...
Ah! Sei lá!

Marcinha Luna

Noite de verão de 2009
Lua Nova

19 de fev. de 2009

Morte...

Que vem a ser a Morte?!
Tal coisa que fecha os olhos de quem amamos
Sem nem perguntar se pode ou não,
Se é tempo de ir ou não...
Ficamos aqui deste lado, pois talvez a morte seja outro,
Com mais uma pergunta, mais uma aflição,
Alem daquela que já tínhamos adquirido como passar
Do que chamamos de tempo ou de vida,
A pergunta que nos acompanhava sempre:
Qual a razão de viver?! Fica imóvel ao nascer em nosso
Intimo uma nova pergunta
Qual a razão de morrer?!
Será que é viver?! Viver para morrer?!
Morrer para uma nova vida?!
Nossa! Viaja-se atrás de respostas e não
Vemos o que chamamos de tempo passar...
Mas vemos quem amamos e Admiramos
Partir, nos deixar... e ficamos aqui repletos de
Indagações e sem nada podermos fazer...
Mãos atadas ao sentir uma essência partir.
E para onde foi? Por que nos deixou?
Por que não responde mais?
E o pior é que esta que se foi não indaga mais.
O “que” da vida desapareceu,
Juntamente com a admiração!
Realmente morreu!
Partiu!
Não é mais!

Marcinha Luna
Verão de 2006

16 de fev. de 2009

Tempo...em mim...por enquanto...Tempo.

Tempo, coisa chata.
Tempo, nada diz.
Tempo, sozinho.
Tempo, sem nada de cor.
Tempo, passa.
Tempo, fica.
Tempo é nada.
Tempo é tudo.
Tempo, tempo.
Tempo.
Nada. Triste. Sozinho. Sem graça.
Descolorido. Apático. Chato.
Desencorajado. Sem esperança.
Inconveniente. Desarrumado.
Desalinhado. Cíclico.
Tempo.
O que é o tempo?
Sei lá!
Simplesmente é o tempo.


Marcinha Luna

12 de fev. de 2009

Ah! Filosofar!

Ah! Filosofar!
Filosofar é ocupar-se com o desconhecido...
É tentar conhecer o que não se conhece,
Incluir na tentativa desse conhecimento
O porquê de nós!
Ah! Filosofar!
Quem será que sou? Será que sou?
e se eu for, porque sou?
Por que eu sou eu e não outra coisa?
De onde vim e para onde eu vou?
Mas quem disse que vou?
Sei lá! Muitas duvidas tenho para colocar!
Ah! Filosofar!
Porque hoje chove?
Porque o céu é azul?
Porque das nuvens?
Para que tentar desvendar?
Tantos mistérios, mistérios em mim,
em você, no mundo!
Ah! Filosofar!
Porque meu pensamento reage assim?
Porque quero saber de tudo?
Será que nada sei?
Bem provável!
Ah! Filosofar!
Será a filosofia a essência da vida?!
Ah! Sei lá!

Marcinha Luna
Verão, manhã de chuva 2009