16 de ago. de 2010

Dúvida

Eu tenho dúvidas. Aliás, talvez sejam estas dúvidas que ainda me movem, que ainda fazem meu corpo sentir o gosto, por vezes amargo, da vida.

Fico imaginando os filósofos com suas escritas, umas complicadas, outras confusas, algumas ainda apaixonantes, outras deixadas de lado devido a simplicidade de suas palavras, fazendo de seus próprios seres amados ou simplesmente odiados por apenas escreverem.

Gostaria de tomar chá de camomila com esses seres e estar na presença deles, discutindo sobre a fumaça que sai com simplicidade de cada xícara. Saber quais seus reais sentimentos quando escreviam, ou se simplesmente nada sentiam. Será que esperavam seguidores para seus escritos ou se apenas era um desabafo de suas vidas e expectativas para um algo melhor.

Por que tantos estão escondidos e muitos apenas reconhecidos posteriormente ao fim da vida, ou ainda depois da morte. Quem sabe o que eles esperavam ou se será que ainda esperavam algo. Amor, crítica, ódio, compaixão, reconhecimento de Deus, reconhecimentos de seus próprios eus... desconhecimento sobre o comprovado, desconfiança dos alheios, julgamentos das críticas alheias... paixões indevidas, amores inexplicáveis, adoração eterna... Realmente tenho dúvidas.

Imagino, hoje e pelo momento de agora, que as suas escritas eram desabafos, assim como tento escapar de meu próprio eu através das palavras. Mas é uma pena. Sempre volto a me encontrar numa palavra ou outra.

Será que eles também não conseguiam escapar por completo de seus próprios seres? Será que como eu, tentando trilhar no caminho da escrita, a fim de ser alguém melhor ou simplesmente explodir em letras, sumir do mundo que por vezes se torna insuportavel, imaginavam que as palavras eram poucas para descrever a originalidade das coisas? Ou melhor ainda, que originalidade é essa que todos disputavam e muitos ainda disputam?

Sei lá dessas dúvidas que permeiam minha cabeça e ultrapassam meu corpo, materializando-se depois em textos por vezes sem sentindo! Mas e qual o sentido de todas as coisas ou pelo menos de algumas? Ainda possuo dúvidas sobre sentido...

Márcia Alcântara
Busca sem sentido numa noite de inverno de 2010

5 de ago. de 2010

Feliz

Por hora me sinto feliz!
Não busquei este sentir
Confesso ter sido infeliz
Agora busco sorrir!

Não sou a melhor das poetas
Tento fazer palavras rimar
Me sinto como uma borboleta
Livre e solta no ar!

Por hora me sinto feliz.
Livre arbítrio assumido
E agora sim aprendido.

Por hora estou livre
A vida é assim, me sinto
Como joaninha no jardim!

Márcia Alcântara
Inverno 2010