5 de jun. de 2010

Estado de Natureza, por Márcia Alcântara

Notas da autora: 1. Este estado de natureza que você vai ler ou não, logo a seguir, é fictício e não tem nada haver com realidade, personagens e talvez coisas sentidas ao longo da leitura ou não leitura, que você possa se identificar ou não, serão meras coincidências... 2.Este ainda é um rascunho, o texto ainda será aprimorado, pois este encontra-se muito precário. Escrevi para que não me fugisse a idéia de escrever um estado de natureza fictício.

Todos viviam em harmonia, cada um dividindo o mesmo lugar ao Sol, na chuva, ou ao Luar. Vivendo dos frutos colhidos da natureza, meio natural em que viviam. Os abrigos eram as copas das arvores. Dialogo? Não, não havia linguagem. Um olhar era o suficiente para a comunicação. Um gesto era capaz de muita coisa.

Mas tudo parecia pouco de mais, esse tudo não era mais suficiente. Isso eles imaginavam. Nem sabiam que eles tinham tudo que podia ser considerado bom. Entender-se através do olhar é algo mágico. Através de um simples gesto, entender o outro. Viver em completa harmonia dividindo com a natureza o espaço, era inefável, maravilhoso ao estremo. Olhar as dádivas da vida e da natureza como pureza, espetacular seria, eu diria. Olhar as estrelas, a lua numa noite limpa e pura, escutando ao fundo o barulho das outras criaturas...não souberam dar valor.

Parecia tudo pouco, tudo passou a ser banal. E então, um individuo, achou que poderia ter uma vida melhor, saiu a procura de outro lugar, e encontrou, afinal quando se procura, o intuito básico é o encontrar e foi o que aconteceu.

Tudo se desfez como encanto. Ao encontrar a sociedade, tudo se acabou, claro que não instantaneamente, com um pouco de demora, se é que se pode assim falar. O individuo encontrou uma sociedade, e para fazer parte dela era necessário um boa fala e comunicação.

Então foi se adaptando o pobre a sociedade atual, os outros indivíduos que viviam em estado de natureza, em estado mágico não o quiseram acompanhar e lá ficaram.

O indivíduo que saiu do estado mágico, agora falava... e deram a ele educação, o ensinaram até política...Agora ele se sentia feliz, mas ainda faltava algo, e procurou em toda parte por este algo. Começou a usar as arte-manhas que o ensinaram para encontrar o que nem ele mesmo sabia. E como tudo se aprende, lhe ensinaram que tudo na sociedade é valido, começou a ser um ser estranho. Estranho por não ser mais o que era antes. Um ser agora com personalidade e não mais natural. E busca por mais e mais coisas continuou...

Aprendeu como todas as outras coisas ensinadas a falsidade, a fazer crueldade, vestir-se num padrão que não era e nunca foi o seu. E passando por cima dos sentimentos alheios, afinal é assim que se vive numa sociedade que não o seu lugar natural, passou a ser algo tão natural essas coisas aprendidas e apreendidas, que esqueceu-se do seu verdadeiro lugar.
Claro que não existe só o mau. Mas para conseguir o que se quer quando não se pode, em sociedade é assim que se faz. Finge ser o que não é para ganhar mais e mais aliados.

Por enquanto ele é novo, digo o ser que saiu de estado mágico e natural. E a idade, e toda magoa que existe no outro, que foi enganado, um dia vai aflorar, afinal este lugar não é lugar natural de onde ele veio e abandonou. E quando ele perceber que ali não é mais o seu lugar, vai estar sozinho, por que nem mesmo os que eram seus companheiros, não mais se tornaram seus amigos, eles vão rejeitar sua compainha, porque ele aprendeu muito, aprendeu tanto que tornou-se especialista em mentir, e aprendeu que consegue enganar até mesmo seus próprios mestres, e assim ele chegará ao poder. Imaginou que sendo poderoso poderia assim ser ainda melhor. Isso era o algo que ele tanto queria, mas o fato é que ele ainda não esta feliz e mais e mais coisas ele quer, mas não sabe nem mesmo identifica-las...

E do outro lado, lá onde ele vivia antigamente o mundo continua doce, a luz da lua ainda é natural, a vida continua em natureza mágica....

Márcia Alcântara
Outono de 2010