21 de mai. de 2009

Inautêntico

Confesso que esta noite não dormi.
A noite passada me foi serena.
Repleta da surpresas
Das quais apenas posso dizer,
E colocar no vento a palavra “inefável”.
Sim, eu a ouvi ontem.
Mas não consegui compreender o 
por que meus olhos se recusavam a fechar.
Meu ser foi então perfurado.
Em um momento pensei que tivesse
Sido consumido... Mas não fui,
O dia raiou, e aqui estou.
Então não fui contemplado
Com a morte. Ainda vivo!
E este não era o desejo.
Gostaria que tivesse sido
Consumido, consumido.
Não quero passar por coisas
Das quais estou passando!
Talvez eu precise de alguém
Que me console.
Aliás, penso que isso
Na verdade é uma quase certeza.
Preciso urgente me encontrar
Com um ser, uma alma, Boécio.
Ele sabe quem pode me consolar
Uma vez me parece que nunca,
Serei e nem poderei ser consumido.
Não posso neste mundo maldito
Ser contemplado, desdobrado em
Minha totalidade. Qual o meu castigo?
Viver para sempre como um ser
Inautêntico!

Marcinha Luna
Outono de 2009

15 de mai. de 2009

Jogo poesia...

E agora, o que faço eu?

Amo-te, mas tu não me entendes.

Quero amar-te, mas minha linguagem,

Você não entende.

Estou só. Eu e minha linguagem

Única, poética, romântica!

E agora, o que faço eu?

Sozinha, a falar com o vento, com a chuva.

Sei me comunicar, mas não sei jogar.

Jogar o seu jogo esta complicado.

Assim como você também não

Sabes jogar o meu jogo!

Maldita Linguagem!

Eu e você sempre tão juntos

Mas ao mesmo tempo, distantes!

Estamos jogando jogos diferentes

Gostaria que você jogasse o meu jogo.

Mas eu não estou disposta a saber as

Regras do seu jogo!

E agora, o que faço eu?

Decidi que vou jogar só,

Vou jogar o meu jogo.

Vou só.

Sei que meus sentimentos a mim entendem!

Eu vejo as cores e sei que brilham.

Você enxerga tudo em preto e branco.

És cego! Não entende nem mesmo o jogo que jogas!

E agora, o que faço eu?

Vou ouvir minha musica,

Voar pelo ar que a mim pertence.

Não quero rivais para jogar.

Quero ficar aqui, só.

Poética e romântica.

Vivendo na fantasia

A minha forma de vida!

É agora, eu decidi, assim faço eu!

Marcinha Luna

Tarde chuvosa de outono 2009

7 de mai. de 2009

Cadê Você...Morreu ou nunca existiu?

Ainda não compreendi muitas coisas.

E pretendo sim compreendê-las

Sei que o meu ser deve ser aberto

Mas ao ouvir uma musica

Meu ser aberto foi ainda perfurado

E ainda não conseguiu ser recuperado.

Continua dilacerado, sem entender o porquê das coisas.

Quando pequeno fui instruído

A acreditar em algo que não via

E hoje depois de crescido

Meu ser não conseguiu ainda ver

E o pior é que agora, também depois de crescido

Não esta mais conseguindo

Nem mesmo crer.

E agora? Como devo agir?

Chorar, esbravejar pedir para Te ver?

Continuar a crer em Você?

Não, eu não posso compartilhar a dor alheia,

Acreditando que Você possa existir.

E não esta sendo fácil para mim

Conversar agora com Você,

Sem ao menos acreditar que o som

De meu pensamento estas ouvindo,

Sem ao menos saber se Você vê

Que agora me encontro

Com lagrimas nos olhos.

Chorando neste momento uma dor que não é minha.

Chorando neste momento também a minha dor!

Marcinha Luna

Outono de 2009

Chuva no Norte e Nordeste