14 de abr. de 2010

Um olhar a cerca do Automático

Texto filósofico...

Automático!

É assim que se vive em sociedade. Todas as pessoas estão vivendo como se estivessem ligadas no piloto automático da vida.
Esqueceram de como sentimentos são importantes. A disputa talvez tenha se instaurado, e os mais sensíveis, somente agora, dolorosamente se deram conta. Virou algo tão rotineiro! Que pena!

A vida deveria ser tão bonita, repleta de admiração, que infelizmente hoje é confundida com inveja, eu particularmente me espanto com isso. Um abraço, um beijo... nada mais tem sabor para alguns que perderam os sentidos, ou quem sabe nunca os tiveram!

Não perceberam que o corpo sofre muito com todas estas transformações. Filósofos contemporâneos alertam para esse fato: “o corpo é a única via de acesso ao conhecimento” (ONFRAY apud CHARLES, 2006, pág.169).

Tomar conhecimento da disputa não é fácil para ninguém que tem em mente um mundo feliz e usa o corpo e a si próprio para se projetar em busca de uma admiração por toda e qualquer coisa.

Parece-me que a filosofia não surge apenas de simples leituras, a vejo surgindo da admiração constante de um mundo que se mostra atual e automático. Somente os que possuem uma intuição aguçada conseguem compreender a vida e suas paixões. A paixão devora, deixa os intuitivos boquiabertos com as ações de seus iguais. Que vamos e venhamos não são tão iguais assim!

O fato é que por mais que tentemos saber sobre tudo e todas as coisas, menos entendemos, mas isso cabe apenas aos intuitivos, e tempo é um dos fatores menos cabíveis de entendimento, sabemos que ele tem um fim. Sim a morte talvez seria um fim e é automático esse entendimento.

É bom que nos demos conta o quanto antes de nossas faltas. Essa falta que me refiro é a falta de sentir os sentidos. Não usamos da forma correta o nosso corpo: “O mau uso do corpo é uma falta que contém sua sansão em si mesma: não se recupera o tempo perdido” (ONFRAY apud CHARLES, 2006, pág.169). Ignoramos completamente nossos sentidos, se não reconhecemos a nós mesmos, quem dirá ao próximo. E a disputa está instaurada, é automático, uma pena, pois: “toda nossa existência é construída sobre a areia” (ONFRAY apud CHARLES, 2006, pág.169).

Pense nisso!

Márcia Alcântara
Outono de 2010