22 de mar. de 2010

O Suicídio de Violeta

Pouco antes eu havia conversado com ela. Parecia estar tudo bem e em perfeita ordem. Não havia reclamado de nada.
Violeta era um ser vivo normal, apenas era um tanto pequena com relação as outras de sua espécie, mas mesmo assim era bonita, rosada e cheia de vida. Inteligente e conversadeira... a mais velha de suas seis irmãs.
Gostava de tomar sol todas as manhãs, e pela tarde adorava contemplar o por do sol. Não é necessário dizer o quanto Violeta era apaixonada pelo luar, da janela do seu quarto era possível vê-la nascer quando sua fase crescente começa a despontar. Violeta tinha medo apenas de tempestades, do mais adorava tudo o que natureza lhe oferecia. E era tão cheia de vida...
Não sei ao certo o porquê resolveu fazer isso.
Era sábado, o dia estava quente e Violeta fez tudo o que sempre fazia todos os dias.
Aqueceu-se ao sol, contemplou o entardecer. A noite chegou e a Lua despontava maravilhosamente com seu sorriso prateado.
Mas de repente o tempo virou. Trovejou e relampeou. O céu ficou desordenado, misturado com o brilho prateado do sorriso lunar e assustador de tanto relampear. As nuvens dançavam no céu. Brancas, negras e acinzentadas. O ar era lilás.
Começou a chover, o vento assobiava estridentemente. A água que caia começou a ficar cada vez mais forte e não mais caia em uma direção apenas. O vento levava para todos os lados os pingos da chuva.
Foi quando olhei para a janela, onde Violeta sempre estava e para meu apavoramento Violeta não estava lá. Fiquei com medo de olhar para baixo, mas eu não tinha opção.
E lá estava violeta. Seu vaso quebrado, a terra espalhada pelo quintal que tanto admirava. Violeta perdeu-se em meio a terra. Nada pude fazer. Não sei o porque resolveu pular, conversamos poucos momento antes e parecia estar tudo bem.
Me consolo por saber que assim é a vida. Um dia estamos aqui e de repente não mais.
Violeta se foi. Mas ela era feliz, eu sei que era.

Márcia Alcântara
Véspera da entrada do Sol em Marte 2010