29 de jan. de 2013

Do Pensamento


Muitas vezes o senso de responsabilidade bate na porta com tanta pressa que me assusto. Percebo que, muitas vezes, coisas importantes ficam comprometidas pela falta de tempo. Percebi que abraçar o mundo todo com apenas dois braços é possível, mas que não ficaria da maneira como quero que fique, como deve ficar. Percebi que não devo deixar meu eixo, porque já entendi que se dele eu sair, não vou conseguir voltar. Meu eixo sou eu mesma, e se eu mentir á respeito dele, e triangular qualquer situação, não poderei voltar as curvas. E elas passarão a ser falsas, e uma vez modificada, nunca mais como era voltarão a ser, não mais perfeitas na compostura. Se eu for sempre eu como devo ser, fazer como devo fazer, não serei perfeita, mas estarei no meu eixo original, no eixo meu, eixo eu. É assim que sou, ou ao menos, tento ser. Das responsabilidades muitas, terei tempo para mais uma, ser o que sou, sempre.

Frio em pleno verão 2013

19 de jan. de 2013

Sopa de Letras


"O sentimento era um misto de alegria, tristeza e de presença"
Márcia Alcântara - Torta de Banana da Vovó - Sopa de Letras.


15 de jan. de 2013

Rabiscado



Do papel vermelho jogado
Pobre lápis branco perdido
Coração alado voa

Márcia Alcântara
Verão 2013

Da espera (me afoguei)



Esperei muito pelo amor.
Veio como uma forte onda
Que causou dor.
Não! Não responda.

Tu para mim és mudo.
Não escuta o meu sentir.
És falso, e eu, me iludo
Com seu único gesto – o mentir.

É tudo ilusão.
Uma paixão
Que atormenta.

Meditei! Pedi a minha alma
Que tivesse calma.
Foi o tempo o alimento.

Márcia Alcântara
Verão 2013

13 de jan. de 2013

O seu desejo



Há pouco,  sucesso,  me desejou.
Mas quando tudo se concretizou,
Simplesmente, você me deixou.
E a porta fechou.

Eu não parei.
E mesmo sem sua presença,
Eu continuei.
Não me prendi em sua ofensa.

Mas a culpa não foi minha.
Do sucesso que me desejou, me arrependo.
E você eu não compreendo.

Não acredito mais em você.
Nem quero mais saber
E não vou mais, por você, sofrer.

Márcia Alcântara
Verão 2013

5 de jan. de 2013

Do Alfabeto

Lamento que o alfabeto
Não possua cores.
Para expressar
O colorido do sentimento,
E as cores dos amores.

Lamento que o alfabeto
Não possua aromas.
Para exalar
O perfume que
Vem das flores.

Lamento que o alfabeto
Não possua magia.
Para transformar
Meus escritos
Em pura Alegria.

Lamento que alfabeto
Não possua sabor.
Para os escritos de amor
Passar á você
Todo o meu calor.

É puro lamento
Que a razão sempre
Invada os sentimentos.

Márcia Alcântara
Verão 2013

4 de jan. de 2013

Uma carta...



Caro,  Amor.

Tentei te escrever anos atrás, quando você ainda era eu, mas não consegui. Tentei relatar, no papel, tantas coisas, mas fui omissa e não consegui. Talvez, eu tenha sido mesmo, covarde. Nunca me arrependi de sentirmos os mesmo aromas -  as rosas tinham o mesmo perfume, tanto para mim como para você. Os sabores -  os mesmos  para mim e para você. E eu sentia, sim, que havia certa reciprocidade, mas eu acho que não deixei me levar o suficiente. E hoje, o rio que nos leva, é outro, tanto para mim quanto para você.
Vivíamos em tão profunda troca de olhares, que o que eu observava você, simplesmente,  comentava. Éramos tão juntos, mas vivíamos, também, separados.
Nunca descobrimos a cor do que acontecia. Estávamos a todo o momento tentando descobrir o que acontecia e quem éramos de verdade. Nunca descobrimos. Jamais descobriremos. Hoje acredito que não havia cor, mas sim, transparência.
Nunca me deixei levar pelo sentimento, sempre tive como compania a razão, talvez por isso em minha vida, as recordações são  tesouros, muitos deles nunca revelados a ninguém. Deixei de lado o coração, nunca deveria ter feito isso. Sei que não terei nova oportunidade com você, mas se acontecer algo parecido, o que seria impossível, não deixarei ela ultrapassar meu corpo sem desfruta-la. Não Prometo!
Promessas! De vida eterna, de amor eterno, de amizade sincera. Me prometeste todas.  Mas, não cumpriu. Deixei de acreditar no sonho, na realidade, na vida como um todo. E tudo acabou antes de começar. Hoje acredito que não deixei você cumpri-las.
Tornei-me uma pessoa dura, amarga e não acredito mais em nada. Nada! E é por isso que sei que o nada existe.
Ofertei a ti tudo o que eu tinha, a sinceridade que pude. Esperei demais. Esperei o que não podia me dar. Nem mesmo o nada você pode ofertar.
Me desiludi, e não sei como, ainda espero, sinceridade. Devo estar louca, colocar tudo isso na forma de letras, um crime talvez. Na verdade, não espero punição. Quero, apenas aliviar um tormento, que invade a minha vida. Livrar-me da angústia que me leva, infelizmente, não sei para onde. Quero me desfazer de todas estas possibilidades que podem vir a ocorrer. Sim quero me desfazer. Quero que venha às infinitas possibilidades, das finitas não quero mais saber. Me desculpe os erros, todos os erros.
O amor, que encontrei no seu corpo, era finito e eu preciso do infinito para viver.

Antes sua, mas agora, nunca mais.
Eu.

Verão 2012, mas antes não era.

Márcia Alcântara.