30 de jul. de 2010

Quando um projeto de poetisa emudece...

Muitas vezes acontece do poeta simplesmente emudecer... Assim comigo por vezes acontece. Se eu sou poeta, risos? Talvez um projeto de poetisa misturada com a crítica dos antigos pensadores... E agora me emudeci... motivo não há, já faz parte da minha rotina.
Mas, existem versos, que ainda possam dizer por mim, dizer em substantivos e adjetivos que não partem do meu eu... Não pude dizer, não tive como dizer, mas alguém disse por mim.

Triste destino!

Quando as vezes o mar soluça tristemente
A praia abre-lhe os braços e deixa-o gemer;
Embala-o com amor, de leve, docemente,
E canta-lhe cantigas pra adormecer!

Quando o outono leva a folha rendilhada,
O vestido real da branda primavera,
O rio abre-lhe os braços e leva amortalhada,
A pequenina folha, essa ideal quimera!

O sol agonizante e quase moribundo,
Estende os braços nus, alegre, para o mundo
Que o faz amortalhar em púrpura lenda!

O sol, a folha, o mar tudo é feliz! Mas eu
Busco a mortalha minha até no alto do céu!
E nem a cruz pra mim tem braços q m’estenda!

08/07/1916 – Florbela Espanca.

23 de jul. de 2010

Para Pensar...

O que anda acontecendo ultimamente? Digo com relação a tudo que há, se você considerar que haja algo. Se não considera que haja algo, o que é tudo isso então?

Será que estamos vendo mais TV do que antes, ou será que a TV esta a procura de mais e mais telespectadores?

Será que o Homem está passando por alguma transformação? E onde vai parar se estiver?

Onde se encontra a FORÇA SUPERIOR? Esta em cada um de nós?

Será que estamos sendo muita gente para pouco espaço e a época das “cavernas” está voltando? Ou será que é Jesus que está voltando para colocar seu “rebanho” nos eixos?

Cadê os limites que o governo deveria impor, afinal esta é a sua obrigação? Ou será que não mais? Ou melhor, nunca foi?

Será que só os famosos andam matando mais, ou sempre mataram?

Dinheiro não é mais a solução para tudo? Ou nunca foi?

Cadê os homens de bem? Será que simplesmente sumiram? Ou nunca os tivemos?
Cadê o respeito mutuo? Cadê a compreensão?
o que ainda nos dá estimulo?

Tudo para pensar. Cada um com suas mais variadas respostas, com suas crenças, com sua sabedoria...ou apenas vazios?

Será que não estamos agora, mais “antenados” que antes? Afinal agora se tem radio, TV, internet...não sei, o que você pensa? Aliás, ainda pensamos ou apenas computamos?
Somos pensadores ou apenas transistores? Se somos pensadores, cade nossas teorias? Se somos transistores, quem nos manipula?

Márcia Alcântara
Inverno de 2010, será mesmo inverno?

20 de jul. de 2010

Amigo...

“Amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito”. Penso que dispensa maiores complementos. As palavras não ajudam a dizer nada sobre ti! Ah amigo, adorado, amável e companheiro...

Amigo! Comigo sempre!
Amizade! Fiel companheira.
Junto a ti sou feliz...
Aristóteles disse e eu comprovo,
Feliz daquele que amigo possui!

Não me deixe só!
Não somos ilhas...
Queremos momentos solitários,
Mas é ti que o pensamento traz
Quando o vazio se desfaz!

Ah! Amigo...

Como é difícil poetar a respeito de ti!
Cadê as palavras que quero dizer?
Amor, carinho, ternura...

Amizade, por interesse?
Por que não? Tu me completa!
Sem sua amizade nada sou!

Amizade e Prazer?
Por que não? E das mais
Variadas formas...
Contigo meu riso é de prazer
Por ter você comigo!

Mas o meu maior intuito:
Amizade e boa vontade!
Amor, carinho e reciprocidade!

Amigo! Tu és minha redoma!
És tu que me protege!
Sem tu, sou peixe fora d’agua...
Sou gato sem carinho...

Amizade! Frágil frágil...
Exercício de cuidado.
Mas sem tu nada sou!

Feliz dia do Amigo
Feliz dia da amizade,
Sincera!

Márcia Alcântara
Inverno de 2010

14 de jul. de 2010

Eu fico sempre...

...imaginando o que as palavras dizem. E é nítido, ao menos para mim, que elas nem tentam externar o que sinto, eu tento, mas não consigo.

Fico imaginando o Tempo, se ele é um Deus, a mim não se revelou. Se for marcador, marca o que? Será que nos céus há Tempo? Aqui neste mundo chamado de Terra ele é apenas um ditador... Dita a hora das coisas que tenho que fazer, joga fora meu próprio querer. Além do mais, a contagem não é universal, muitos seres partem sem explicação alguma e o tempo não é mais padronizado neste sentido.

E partimos? Para onde mesmo? Ninguém nunca me disse. Existem teorias infinitas para isso, acredito em muitas e desconfio de todas. Não consigo ter uma individual, pelo menos ainda não me foi chegado o momento do entendimento para isso. Talvez nem ao menos de tempo! Preciso rir disso.

E o riso? É sinal de felicidade? Deduzo que não. Rimos e somos irônicos uns com os outros. Ah! Os outros, estes são muito, muito estranhos. Fico imaginando o que os outros pensam. E ao mesmo tempo penso que não seria uma boa idéia.

O que é bom ou ruim? Quem foi que fez esta separação? Há coisas boas a uns que não são boas e nem ideais para muitos.

Eu sinto é que to ficando farta de tanto pensar, de tanto imaginar. Admiro-me de mim, dos outros...das situações diversas do dia a dia. E como disse a algum tempo espanto-me de tudo e tudo me deixa incomodada...na verdade to sentindo um turbilhão de coisas, mas não, eu não consigo. Caleidoscópio de mim...

Talvez isso faça parte da vida, mas o que é mesmo vida? É o contrário da morte?

Sei lá!

Márcia Alcântara

Inverno de 2010

7 de jul. de 2010

Filosofar, sentido há?

Qual é mesmo o sentido do filosofar?
Estou perdida em meios a conceitos.
Tempo para saber como filosofar não há!

O tempo se corrói e me corrói.
O que é certo e errado, está perdido...
Fica apenas a cobrança do que é
E do que deixa de ser...

Do que é cansei.
Do que não é, simplesmente,
Não sei.

Vou deixar de ser o que sou...
Daqueles que não sou, me fartei.
E agora, eu, de nada sei.
Tento supor...
Mas não esta sendo permitido
Nem isso...

Qual é mesmo o sentido de filosofar?

Márcia Alcântara
Inverno de 2010