15 de jun. de 2011

Tentativa Frustrada

Me coloquei a pensar na tentativa de ser filósofo. Pensa-se, hoje, diferentemente do que pensava ontem, que esta tentativa é uma tentativa frustrada.

Não há espaço para filosofar, não há espaço para filosofias. Há sempre poesias novas, ou velhas e nunca lidas. Há sempre novas noticias de descobertas na ciências. Mas a Ciência...

Diferentemente da filosofia, que não há nada novo, e talvez apenas coisas nunca lidas, novas, nunca. Não se sabe quem proibiu oui se proibiu, mas se tornou inviavél até mesmo a tentativa.

Aqueles que se dizem filósofos são afogados num mar de coisas já escritas e ditas. Incapaz de falar sua realidade, uma realidade que não pode ser dita. Há uma condenação por criar um estatus de filósofo. Pode se ser tudo, médico, dentista, geólogo...mas filósofo, não, imagine que isso!

Condenado a filosofar o já filosofado, parece que a intenção do filósofo, fica, apenas, na arte, fazendo poesia, devaneando sobre o que é e o que não é, descrevendo o que sente por dentro, tentando encontrar na “finitude” das palavras uma maneira de expressar o proibido.

Ao falar, é posto a “subdizer” algum dito. Hoje não é algo fácil, ser quem se é. Antes, assim como hoje, também não era, e a condenação eram forcas, fogueiras, cicutas. Hoje é a solidão, o desprezo alheio. Há um atropelamento do ser que é...ou pretendia ser.

Márcia Alcântara
Tarde confusa de outono, eclipse lunar em andamento.

Entre nós.

Entre nós.

Acordei. Tensa.
Serei, hoje, fascínio.
Exausta.

Cheia, plena.
Assim no entardecer
Estarei.

Feliz.
Apática.
Mágica.

Mas, há algo entre nós.
Acordei querendo teu calor.
O terei.

Mas a Terra
Estará
Entre nós!

Márcia Alcântara
Entardecer de outono, eclipse lunar a começar.