31 de ago. de 2009

Espaço

Hoje acordei perdida no espaço.
Tentei, em vão, me encontrar
E encontrar o seu significado.
Dentro de mim não achei.
Fora e mais além, não encontrei.
E o que é espaço?
Se estou longe, digo que é a distancia.
Mas e quando estou perto e
Sinto ao mesmo tempo o longe, o não perto.
Resolvi pensar então que
Não há espaço físico, mas sim mental.


Seria o espaço algo sobrenatural?
O que seria de fato tal coisa?
Abstrata talvez, um algo não-concreto!
Mas, o que hoje em nosso ser não é?
Até o tempo se faz complicado a cada um!
Meu tempo me faz perder-me...


Perco-me em pensamentos impossíveis
Nada plausível de possibilidades idôneas.
Sinto medo no tempo do meu ser!
Sinto medo no espaço que ocupa meu pensar.
Tenho começado a me perder.
Tenho medo de ser encontrada
Tenho medo de ser notada
Onde não posso ocupar espaço.
Não quero ocupar mais o espaço de mim
Não posso mais tentar encurtar o espaço
E te trazer para junto de mim!

Luna Alcântara
Inverno de 2009

27 de ago. de 2009

E depois da aula de Dialética...

Chequei em casa e esperei o fenômeno lunar que iria acontecer, um amigo tinha me contado horas antes sobre o que iria suceder. Uma estrela estaria próxima da Lua...
Enfim eu não vi o fenômeno que ao certo não deixou de acontecer.

Fui me deitar normalmente. Não estava sentindo nada de especial. Tudo a minha volta parecia comum, ou seja, parecia o que era. A noite virou a não-noite. Me despertei junto com o sol. Estava frio e aos poucos não-frio estava mais.

Ao abrir os olhos mirei a janela e a primeira coisa que vi foi a cortina. Sua cor era a mistura de todas as outras não-cores (branco), com detalhes de não-laranja e amarelo (vermelho). Dentro do meu quarto estava o meu guarda-roupas não-árvore. Na porta de madeira não-arvore havia um penduricalho de tecido em formato de flor não-algodão entrelaçado por uma linha não-diaminas+ácidos dicarboxílicos (nylon).

Balancei a cabeça feito um cão perdido. Sou o não-ser de ontem. Por Zeus! Como vou agora pensar. Estou atormentada por todas estas coisas que deixaram de ser não-coisas para se contradizer e acontecer em novas coisas. Ou sei lá se realmente tudo é assim. Quando tudo me parece tão obvio, começo a pensar em coisas e de repente não-penso.

Pode estar tudo errado, mas só com o tempo deixando de ser é que vou tudo tentar desvendar ou não-desvendar.

Luna Alcântara
Manhã de inverno de 2009.

20 de ago. de 2009

Vontades desnecessárias que me fazem pensar...

Hoje uma vontade de escrever me arrebatou. Não sou de postar diversas vezes. Acho que talvez este seja um mês inédito (espero que não seja), talvez bata meu próprio recorde de postagem em um só mês. Bom, não quero ir ao Guinness. Sei lá!

O engraçado é que eu não tenho nada, nadinha para dizer. O que me impressiona é que mesmo nada tendo para falar, consigo frases formar. Frases deficientes alguém pode até achar, mas eu não acho não, pelo menos agora não.

Queria falar de mim, dos limites do meu mundo, dos outros, das outras coisas... do quem atrás do arco-íris, o que se esconde atrás das montanhas, cadê as fadas e os duendes... Essa noite não vi a bruxinha passando na frente da Lua. Onde ela foi? Queria poder contar para você! Aliás eu queria era saber!

Queria saber cadê os monstros que dormem atrás do guarda roupas, o que fazem de dia as lagartixas, onde andam as joaninhas... Cadê o saci perere, a cuca... as coisas mais bobas eu queria descobrir. Cadê o juízo dos que não tem, ou eles têm e são diferentes do nosso? E agora a melhor de todas, aonde se esconde a luz da geladeira quando abrimos? Por Zeus, creio que não estou no meu juízo perfeito. E eu também não creio que seja falta do que fazer. Por que quando estou no auge dos meus afazeres, tenho que parar e digitar, contar, escrever... Se não nada, nadinha consigo fazer. Queria saber cada coisa em seu detalhe. Inclusive a coisa eu. E é claro que aqui eu não disse nada do que eu queria saber. Aqui eu diria ser uma “tabua rasa”, “papel em branco”, mesmo com tanta coisa escrita. Eu Hein!

Luna Alcântara
Noite chuvosa do inverno de 2009

Encontrar

Dentro da profundidade
De mim estou tentando encontrar.
Procuro o que não foi
Em mim colocado
Quero encontrar
O que me foi herdado.

Sei que herdei “coisas”.
Coisas estas que desconheço.
Desconheço o profundo do meu eu.
Desconheço minhas facetas.
Não queira saber como
Sei que algo foi por mim herdado.

Vôo a procurar...
Rastejo para encontrar.
Mergulho em sentimentos
Procuro em meio a matéria.
No seio da Terra
Não consigo encontrar
Esta “coisa” tão séria.

Continuo na busca.
Uso magia, poderes invisíveis
Para encontrar.
Filosofo, penso em tudo o que posso
Para encontrar.
Fico no mundo da Lua
Para encontrar.

Quero encontrar o que
É pertencente a mim.
Minha intuição me diz:
- Quando encontrar,
Nova “coisa” terá que buscar!
Tenho que continuar a tentar
Encontrar.

Luna Alcântara
Inverno de 2009

18 de ago. de 2009

Meteoros

Sempre me coloquei na posição de micro-cosmos. Se for tudo junto ou separado, não é que o me interessa neste exato momento, que como o próprio nome diz “momento’. O que me interessa é saber se sou um micro ou macro-cosmos.

Há poucos dias atrás tivemos uma chuva de meteoros, se me recordo bem foi no dia 12 de agosto deste mesmo ano. Ao meu entender esta aconteceu no macro cosmos, talvez afetando o micro cosmos.

Mas nestes dias, senti, dentro de mim, ou sei lá, algo estranho, de estranheza sem igual. Senti diretamente em meus pensares coisas nunca sentida antes. De fato penso que esta chuva me afetou diretamente, por isso penso que sou um macro cosmos de mim mesmo, não sei ao certo.

Agora não quero mais saber das coisas ao certo. Talvez seja uma extinção eu saber de tudo. Viver na duvida talvez seja continuar persistindo na busca pelo que de fato é verdadeiro ou não.

Quero somente saber: sou macro ou micro? Eu sou algo afinal? Será que sou o meteoro de minha própria vida, de meus próprios sentimentos?

Luna Alcântara
Inverno de 2009

17 de ago. de 2009

Estrelas

Hoje me levantei pela manhã quando avistei a luz do sol que entrava pela fresta da janela arqueada. Olhei o céu azul, azul, tão azul que se confundia com o azul do mar. As poucas nuvens que flutuavam eu poderia muito bem dizer que eram ondas esbranquiçadas que vinham do horizonte em direção á areia.

Me coloquei a pensar. E então me lembrei da noite passada, que sem luar, eu podia ver as estrelas a brilhar. Veio-me no pensamento, um sentimento inefável, um devaneio incomensurável. Comparei o céu com o mar, onde as estrelas se colocam a brilhar. No céu e assim como no mar. No céu, em noites de Lua, prateado está e as estrelas, lá estão a brilhar.. No mar, em noites de Lua, prateado também ficará, e no fundo as estrelas do mar, também iluminadas ficarão. E então, aqui onde estou, no meio, na terra, sei lá, o que brilhará?

De fato não conseguia imaginar... Mas precisava conseguir, nem que fosse uma única estrela que eu pudesse fazer brilhar. Tinha a impressão que meu dia só se iniciaria, quando eu alcançasse tal objetivo.

E foi neste instante, que passa tão rápido, que em meu pensar brilhou uma estrela. Quem disse que eu não posso ser a estrela da terra? Quem foi que disse que não somos estrelas terrenas a brilhar? Fiquei atônica quando isso pude devanear. Fiquei com a sensação de poder até mesmo voar, iluminar onde eu penso em trevas estar.

Agora sou ainda mais feliz que ontem, estrelas brilham no céu, coadjuvantes no meio do luar... No mar, estrelas iluminam o escuro para os peixes desfilar... Na terra somos estrelas para tudo fazermos iluminar, importante será o meu brilhar juntamente com seu brilhar. E assim a tudo vamos iluminar!

Luna Alcântara
manhã de inverno 2009

14 de ago. de 2009

Agora, sou grande e nada Sou

Desde o passado, mais precisamente ontem, decidi não mais me apequenar frete a coisa alguma. Decidi que quero ser grande e nada ser. Não mais serei menor e nada serei. Agora e neste instante, que não sei quanto tempo dura, vou ser maior e nada vou ser. Sou, agora, maior frente as minhas dificuldades e diferenças com relação aos outros que são. Não sou, na medida que não entendo muitas outras coisas.

Deixarei minha “pequinês” de lado frente aos que nada são. Achando tudo complicado? A mim não parece ser assim. Pois somos diferentes quando pensamos, e nada somos ao certo. O que sei, com precisão, é que me apequenava frente aos monstros que me assombravam.

- Acorde, pequenina menina! Monstros não existem, não são! Pare de se apavorar com coisas que nada são!

Essas palavras ecoavam a tempos dentro de mim, mas meus ouvidos, orgulhosos, não queriam nem ao menos saber o que era o som murmurado. Foi quando eu, sendo o que sou agora, escutei o murmurar e lhe dei certa atenção. Me coloquei a pensar e vi, dentro de mim, algo que não tinha percebido. Trocando em miúdos, fazendo-me por ser entendida, ai vai:

Pense no morango! Belo e repleto de “eus” (sementes) tão minúsculos e que nada são. E quando num futuro muito breve, suas sementes, tão pequenas, tudo passa a ser. Passa a ser o fruto doce-amargo, vermelho, repleto de sementes ("eus") imperceptíveis que frutos breve serão e também, logo deixarão de ser.

Nossa! Como meus devaneios se complicam com o passar do tempo. Monstros aparecem e deixam de ser; eu, grande, nada sou...

È hora de mudar!
Chega!
Deixo de me apequenar

Diante de todas as coisas...
Sou um gigante...
Nada sou...

Luna Alcântara
inverno de 2009

13 de ago. de 2009

Escapatória...

Aprendi como escapar
Da vida de agora.
Aprendi como escapar
Da realidade.
Aprendi como escapar
Dos meus sentires.
Aprendi como escapar
De mim mesmo.
Aprendi como escapar
De coisas a parte de mim.
Aprendi escapar
Dos fatos concretos...
Vivo agora no abstrato.
Mas tudo passa tão rápido
Que na brisa vento posso sentir-te.
Não aprendi como escapar
De devanear a respeito de ti.
O tempo passa, mas logo outro
Instante vem e não consigo
Escapar de você!
Agora por mais que aprendi
Estou sem escapatória
Meu pensamento esta
Amarrado em ti!


Luna Alcântara (Marcinha Luna)
Inverno de 2009, tempo de crescer.

11 de ago. de 2009

Lugar

Quem disse que só por que chove não há passarinhos a cantar!?
Pode-se cantar a qualquer hora e em qualquer lugar...
Quem disse que só por que somos grandes não podemos brincar?!
Eu brinco a qualquer hora e nem esquento com o lugar!
Quem foi que disse que se a Lua no céu não está a brilhar é por que não há luar!?
A Lua brilha sempre, mesmo quando lá ela não está!
Quem foi que disse que lá é longe e não dá pra chegar?!
Podemos chegar sempre em qualquer lugar!
Já disseram para ti que você é o lugar!?
Lugar de ver e fazer acontecer...
Lugar onde os nomes escolheram para ficar...
Lugar onde as coisas são e deixam de ser...lugar onde você está ou não.
Eu estou no meu lugar, assim como você, que amo, também esta!
Resta apenas saber como faço para você entender
Que ocupas dentro de mim um lugar...
Resta apenas saber como faço para contar
Que sem ti não sei ficar...
Resta saber como faço para dizer
O quanto você é especial...
Resta apenas saber como faço para contar
Que no meu sonho consegui te beijar...
Resta saber como faço para contar
Que a ti eu quero amar...
E todos estes saberes
Dentro de mim não consigo encontrar
Onde está!
Me perdi por completo
Quando dentro de mim
Encontrei o seu lugar!
E agora na chuva ouço passarinhos a cantar!

Marcinha Luna
Manhã chuvosa de inverno 2009

8 de ago. de 2009

Hoje

Hoje me encontro
Melhor que ontem...
Ontem estava caído e sem direção.
Hoje me encontro
Melhor que ontem...
Antes de ontem simplesmente
Estava abatido e caído no chão
Jogado como algo que não merece nada.
Hoje me encontro melhor que ontem...
Mas eu pensava que ontem eu estava bem,
E tudo era uma vida de maravilhas.
Que engano o meu!!!
Hoje me encontro melhor que ontem
Melhor que antes de ontem...
Melhor ainda me encontro, se olhar
Atento o mês que se passou,
Que passou...
Assumi no passado
Algo falso, não cabível de minha
Fantástica realidade...
Confundi e confundi
a quem comigo estava.
Hoje não... me encontro na
Realidade total da vida deste mundo,
Mundo este em que estou e estou.
Hoje me encontro melhor que ontem,
Melhor que mês passado também, ora se não!
Acredito agora estar na realidade.
Ah! O estranho fato é que no futuro
Me vejo ainda cair!
E posso dizer que agora
Eu já não sei quem sou,
Como estou, por onde vou...

Marcinha luna
noite de inverno 2009

6 de ago. de 2009

Desmedida...

Intensa!
Desmedida!
Assim como o passar do tempo
Passo a descobrir meu Eu.
Um Eu intenso e completamente
Desmedido!
Amo na intesidade
Amo desmedidamente.
Assim como Eu sou,
É meu beijo, intenso...
Meu abraço é como o sol
Desmedido em seu calor!
Sou intensamente desmedido!
Meus carinhos são tão puros
Como a energia intensa da Lua Cheia!
Meu querer é tão desmedido
Assim como o céu, profundo, escuro, infinito!
Minha razão é tão intensa e desmedida
Como o verde das florestas a olho nu...
Minha emoção é tão intensa e desmedida
Na profundidade do mar...
Que no infinito desmedido e intenso
Se funde com o azul profundo do céu...
Assim me parece que sou
Desmedida, intensa, encontrando-me
neste mundo em nada medido...

Marcinha Luna
Inverno de 2009

5 de ago. de 2009

Filosofando pude ver que...

...Hoje não podemos mais expressar nossos sentires... Tudo é entendido de forma errónea, como se quiséssemos prejudicar uns aos outros. Parece que tudo o que sentimos é falso, mesmo o mais nobres de todos os sentimentos....

Não podemos mais manifestar amor, pois este é entendido de forma contraria, o que acaba despertando o sono do ódio!

Infelizmente não podemos mais dizer o que sentimos e como sentimos, dizer a verdade agora é como ser irônico. Precisamos ficar mudos, cegos e surdos se quisermos companhia....

Dar risadas, nem pensar... Somos agora robôs, falamos tudo eletronicamente, deixando de lado o coração que bate forte em nosso peito.

Nada entendido, coisas e afins jogados fora, como peças velhas de computador que para nada mais servem.

Agora não somos mais nada neste mundo tão grande e tão pequeno a rodar!

Tontos ficamos, nada entendemos, não entendemos e nem somos entendidos....

A moda agora é nunca dizer a verdade, afinal ela não é mais entendida como um sentimento puro e de honestidade, o sentimento verdadeiro virou algo ofensivo.

Se quisermos viver em sociedade, tendo amigos e companheiros de dia-a-dia não podemos mais ser o que somos, não podemos ser verdadeiros, temos que ser mudos e cegos, hoje temos que apenas escutar...

...precisamos encarar tudo como uma fábula, conto de fadas, que já foi escrito e ponto final! Onde tudo tem um final sempre feliz, mas é qui na realidade que vivemos e aqui nesta realidade não há o tão sonhado Fim! Feliz!

Marcinha Luna

Inverno Gélido de 2009

1 de ago. de 2009

Razão, Emoção, Colheita...

Usa-se hoje a razão para colher o que se planta. Antes não fosse assim. Se usassem um pouco de emoção, talvez as colheitas fossem melhores. Todos “Vivem” hoje raciocinando e esquecendo que são seres sensíveis. E pior ainda, esquecem-se da sensibilidade alheia. Plantam, plantam, plantam, mas esquecem a todo o momento de regar e agradecer.
Olham os alheios e se esquecem que eles, na verdade, são copias quase idênticas de si mesmo. A razão que deveria os ajudar a viver, os cegam, deixa-lhes sem emoção, esquecem que em vosso peito existe um coração, que bate por pura emoção.
Não sabem dividir. Quer tudo, tudo só para si. Ter mais que o outro hoje, significa ser melhor. Tudo seria melhor se fossem unidos. Hoje plantam e colhem, assim como antes, mas os frutos já não são mais tão doces e nem coloridos como o de tempos passados.

Ah! Homens de razão! Cadê vossa emoção! Agradeça por vossa existência. Agradeça por vossa vida, pois tu és semente de um mundo futuro. Futuro tão próximo que já passou. Passou tão rápido e vós ai ficou e nada, nada enxergou. Use de vossa razão para reconhecer vossas vitórias, vossas derrotas....use vossa razão para reconhecer que dentro de ti há emoção e bate forte um coração!

Marcinha Luna
Inverno de 2009