Particularmente como alguém que possui uma família, que
entende o sentimento de ser mãe e esposa, é impossível não se comover com a
morte de Eduardo Campos, principalmente, se você como eu, também entende que a
idade é algo crucial e tem o seu momento de florescer e gerar frutos, como
parecia acontecer com Eduardo e também com as outras vitimas onde, podemos perceber, que todas pareciam estar em seus “começos” ou
quem sabe ainda, em momento de aprendizagem histórica em suas vidas. Eduardo,
um nome comum em meio a tantos, repleto de suas convicções. Não eu não conhecia
suas convicções, também nunca acompanhei a vida dele, apenas sabia que era o
governador de Pernambuco por que estive lá tempos atrás, e talvez tenha sido ai
que ouvi seu nome pela primeira vez. Sei que era carinhoso o modo como o
chamavam “o nosso governador” com tom carinhoso, não como vemos comumente.
Varias coisas me chamam a atenção nisso tudo: uma família, que perdeu seu
principal ponto de apoio, assim como acontece com muitas por ai; uma vida que
poderia ser diferente, mas não será; um acidente “estranho” e uma caixa preta indestrutível
e incompetente; as mais variadas fofocas; uma promessa de não desistência do Brasil;
um Brasil, engraçadamente de “luto”; enfim: a Morte.
Quando começo numa escrita dessa é comum que eu perca o
foco, pensar de mais causa isso, mas ficam perguntas, inúmeras pairando aqui, e
sei que, estupidamente, ficaram para sempre perguntas até que morram todas
comigo, mas, não posso deixar de perguntar:
Morte, quem é você?
Porque as coisas, quando parecem boas, algo ruim
floresce?
Idade, o que você é?
Tempo, você passa ou não?
Quantos aviões com defeito têm por ai? Quantas caixas
pretas deixam de gravar conteúdos que não eram importantes, mas passam a ser? Descobriremos só na queda de
seus aviões?
Assim sendo,
quantos carros e ônibus com defeito, têm por ai? Descobrimos apenas nos
acidentes?
Como saberemos se os erros são humanos, em um fato como
esse?
Erros humanos! Até quando vamos fazer “fofoca”, acusações
insensatas e sem fundamento?
Até quando tudo vai continuar acontecendo?
Como dizia Eduardo: -“ não vamos desistir do Brasil”. É possível não
desistir de algo?
Pratica e Teoria, quando vocês se uniram de maneira instável,
duradoura e verdadeira?
O que é falso? O que é Verdadeiro?
Angustia você esta ai?
Aspas reticências
RIPEduardoCampos
RIPOutrostantos
Márcia Alcântara
É inverno e ainda garoa, 2014.