23 de mar. de 2011

Quem sabe um tratado sobre a vida ou sobre a morte...

A vida é algo misterioso talvez ainda mais que a própria morte. Quando vem a morte, ela escolhe, não se sabe como, nem por que, não escolhe hora, nem idade, nem lugar, os motivos dela são por nós ditos e salientamos a ida de alguém por isso ou por aquilo, mas o real motivo não se sabe, e quem sabe, nunca saberemos.


A vida está ai para ser vivida e vivemos. Deixamos muitas coisas por dizer, muitas coisas a viver. Não temos tempo diante das muitas escolhas que temos que fazer, que viver, por assim dizer. A vida é sim misteriosa. Não se sabe como viemos, como chegamos a condição de vivos. Sabemos que nascemos, mas não sabemos por que ou quem escolheu isso. Claro que existem teorias que dizem provar como e por que aqui estamos, mas tem sempre quem diga que não é bem assim. A vida é dúvida e para muitos, dívida.

Nascemos pequenos, crescemos. Fazemos escolhas que podem estar ligadas a nossa condição de vida, mas caímos em condições não escolhidas. Trabalhamos, conhecemos pessoas, formamos família, cultivamos amigos na mesma proporção que inimigos.

Estudamos, caímos em contradições, escolhemos erroneamente as coisas e pensamos estar agindo e escolhendo o certo, mas com o passar do tempo vemos que não era a escolha certa. Por vezes escolhemos o que parece o certo, e assim levamos a adiante o acerto. Nem todos são iguais, mesmo surgindo no mundo da mesma maneira e fazendo as mesmas escolhas.

Não vivemos todos iguais, mas somos iguais na mesma medida que somos diferentes. Misteriosa é vida diante dos fatos vividos e vistos. A morte se torna misteriosa, mas é fato que não sabemos a respeito desse mistério. Já a vida é misteriosa e vivemos tentando descobrir suas possibilidades e suas probabilidades iguais e diferentes. Já a morte é apenas uma, causadas por motivos que nós mesmos criamos, mas igual a todos que fecha os olhos e o coração não mais bate. Mas e por que ele começou a bater? Qual o foi primeiro que começou a bater? Não vimos e não vivemos o fato.

Perguntas tantas que podem ser feitas em vida, mistérios que vivemos tentando descobrir, mais que o próprio mistério da morte, onde quem poderia responder não tem mais direto a fala, e deixa de existir, deixando póstumos escritos que por ele mesmo não mais poderá ser defendido, mesmo por seus mais fieis seguidores, todos somos iguais, porém diferentes, nos desejos, nas falas, nos pensamentos...Na vida a ser vivida.



Márcia Alcântara
Primeiro escrito do outono 2011.