20 de set. de 2009

Procuro (não) Encontrar

Sempre gostei de procurar. Em meio as letras, nas cores das figuras, no cheiro do ar, nas gotas da chuva, no azul do céu, no brilho da Lua, nas noites sem luar... no mato em meio aos troncos das árvores, no calor do sol, no arrepio da sombra. Procuro na alma alheia, no corpo do outro, na mente do próximo. Procuro nos animais, nas joaninhas, nas borboletas... Procuro na luz, procuro na escuridão.

Na minha maluca procura tenho um único medo: Encontrar. Eu procuro sempre tudo, desde Eu e minha essência, até o outro e sua essência. Será que são todas iguais? Será que somos todos iguais? Ah! Queria tanto saber. Mas e quando descobrir? O que vou procurar? Continuar...?

Em meio as letras, nas cores das figuras, no cheiro do ar e da chuva, no azul do céu, no brilho da Lua, nas noites sem luar... no mato em meio aos troncos das árvores, no calor do sol, no arrepio da sombra. Procuro na alma alheia, no corpo do outro, na mente do próximo. Procuro nos animais, nas joaninhas, nas borboletas...Procuro na luz, procuro na escuridão.

De fato o encontro pode se tornar extinção. Não terei mais o que fazer. Não terei objetivos a encontrar. Continuarei a viver sem ter a náusea da procura e a angústia por nada achar. Estes sentimentos, medo, náusea, angústia, são meus combustíveis... sem eles nada sou, nada procuro... a graça é não me encontrar, nada achar. Continuar sempre escondida na escuridão das noites sem Luar. Escondida como o sal do mar. Escondida, escondida... sem ninguém me achar.

Escondo-me feito animal em fuga. Continuo a procurar como animal faminto. Tenho medo de encontrar... medo de encontrar o caçador, medo de encontrar-me com a caça...tenho medo de um dia me encontrar...tenho medo de um dia encontrar-me contigo.

Luna Alcântara
Noite sem Luar, inverno de 2009
Com medo de encontrar